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AGENDA NEGATIVA
Grevistas devem intensificar "operação padrão" nos aeroportos
Impasse acirra a paralisação da PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma semana depois de iniciar
uma greve em todo o país, manifestantes da Polícia Federal e governo trocaram acusações e mantiveram o impasse. Hoje, os grevistas prometem intensificar a
"operação padrão" nos aeroportos, o que deve piorar a situação
das filas de passageiros que embarcam e desembarcam de vôos
nacionais e internacionais.
O Ministério da Justiça, por
meio de uma nota oficial, afirma
que, se atendidas as reivindicações, a diferença entre salários de
agentes e de delegados seria de, no
máximo, R$ 210, o que na prática,
afirma, "representa uma isonomia salarial". Segundo texto, a
Constituição determina a diferenciação dos salários pelo grau de
responsabilidade e a complexidade dos cargos.
Os agentes, papiloscopistas e escrivães afirmam que o governo
desrespeita a lei 9.266, de 1996,
pois teriam direito a salários de
nível superior, uma vez que a escolaridade passou a ser exigida
para o ingresso na carreira.
Para o ministério, há uma tabela
na mesma lei que estabelece os salários por cargo. Os valores "só
podem ser entendidos como vencimentos de nível superior. A elaboração de nova tabela de vencimentos, portanto, configurará
reajuste. Se essa tabela for a correspondente aos delegados, como
quer a categoria, configurará isonomia salarial", diz a nota.
O Ministério da Justiça afirma
que os salários subiriam 85%, de
R$ 4.200 para R$ 7.800. O governo
afirma ainda que o reajuste aumentaria em R$ 600 milhões os
gastos da pasta. Dinheiro que o
órgão afirma não ter.
O documento afirmando que o
governo espera um contato das lideranças do movimento para a
avaliação de novas opções.
Os grevistas, por sua vez, afirmam que aguardam um chamado do governo para voltarem à
mesa de negociações. Ontem, o
ministro Márcio Thomaz Bastos
foi novamente o alvo dos protestos em Brasília. Os manifestantes
fizeram o enterro simbólico do
ministro em frente ao ministério.
(LUIS RENATO STRAUSS)
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