São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

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Deputado diz que está "magoado" e que deixou petista "à vontade" para trocá-lo

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Com sua indicação para o Ministério da Agricultura em suspenso, depois de notícias sobre o inquérito sigiloso a que responde no Supremo sob acusação de falsidade ideológica e crime contra a fé pública, o deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR), 65, disse ontem estar "magoado".
Ele afirmou que pediu ao presidente do PMDB, Michel Temer (SP), que avisasse ao presidente Lula que este podia ficar à vontade para substituí-lo. "Eu disse hoje [ontem] ao meu presidente [Temer] que não quero desgaste para o presidente Lula. Eu falei ao Temer para deixar o presidente muito à vontade para até colocar outro no lugar", disse à Folha.
"Mas vou deixar claro: não tenho nada com que me preocupar sobre o processo no STF [Supremo Tribunal Federal]."
Balbinotti, no entanto, disse que a situação o deixou "magoado". "É lógico que estou triste, magoado, chateado com um negócio desses. Mas por outro lado estou feliz, pois sei que, depois de tudo apurado, vai ficar provado que nada devo. Vou sair por cima."
Balbinotti recorreu ao filho, Odílio Balbinotti Filho, 42, para explicar seu processo no STF. "Isso quem trata é o Balbinottinho, que cuida dos interesses do grupo [as empresas da família]", disse o deputado.
Odílio Balbinotti Filho disse que o processo é de 1996 e se refere a empréstimos de securitização de dívidas agrícolas. "No processo de securitização, cada produtor poderia securitizar até R$ 200 mil. Tínhamos um grupo de outros nove parceiros juntos em uma dívida de R$ 1,743 milhão. Um desses parceiros foi até o banco, em 2003, para fazer um novo empréstimo e se assustou com a dívida. Em 2004, eu rescindi os contratos de parceria com todos eles e quitei as dívidas."
Mas a quitação da dívida, mesmo antecipada (o prazo de securitização era de dez anos e venceria em 2006), não extinguiu o processo no Ministério Público Federal, segundo o filho do deputado. "Isso é normal. O fato de o processo continuar é normal. Está em fase de levantamento de provas. Tudo que o Ministério Público Federal pediu, até agora, recebeu de informações nossas. No final tudo ficará esclarecido."

INSS
Na Justiça Federal em Maringá (PR), existem três ações de execução do INSS contra Balbinotti, referentes a dívidas do Grêmio Esportivo Maringá -clube de futebol, hoje extinto, do qual Balbinotti foi presidente de 1986 a 1988. "Naquele tempo, time nenhum do Brasil pagava o INSS. É uma mixaria, nem sei o valor certo. Sei que deixei o clube [renunciou para ser candidato a prefeito] e, hoje, como não existe o clube, sou réu com mais outros ex-diretores. Mas vamos quitar isso."


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