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Deputado diz que está "magoado" e que deixou petista "à vontade" para trocá-lo
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Com sua indicação para o
Ministério da Agricultura em
suspenso, depois de notícias
sobre o inquérito sigiloso a que
responde no Supremo sob acusação de falsidade ideológica e
crime contra a fé pública, o deputado Odílio Balbinotti
(PMDB-PR), 65, disse ontem
estar "magoado".
Ele afirmou que pediu ao
presidente do PMDB, Michel
Temer (SP), que avisasse ao
presidente Lula que este podia
ficar à vontade para substituí-lo. "Eu disse hoje [ontem] ao
meu presidente [Temer] que
não quero desgaste para o presidente Lula. Eu falei ao Temer
para deixar o presidente muito
à vontade para até colocar outro no lugar", disse à Folha.
"Mas vou deixar claro: não
tenho nada com que me preocupar sobre o processo no STF
[Supremo Tribunal Federal]."
Balbinotti, no entanto, disse
que a situação o deixou "magoado". "É lógico que estou
triste, magoado, chateado com
um negócio desses. Mas por
outro lado estou feliz, pois sei
que, depois de tudo apurado,
vai ficar provado que nada devo. Vou sair por cima."
Balbinotti recorreu ao filho,
Odílio Balbinotti Filho, 42, para explicar seu processo no
STF. "Isso quem trata é o Balbinottinho, que cuida dos interesses do grupo [as empresas
da família]", disse o deputado.
Odílio Balbinotti Filho disse
que o processo é de 1996 e se
refere a empréstimos de securitização de dívidas agrícolas.
"No processo de securitização,
cada produtor poderia securitizar até R$ 200 mil. Tínhamos
um grupo de outros nove parceiros juntos em uma dívida de
R$ 1,743 milhão. Um desses
parceiros foi até o banco, em
2003, para fazer um novo empréstimo e se assustou com a
dívida. Em 2004, eu rescindi os
contratos de parceria com todos eles e quitei as dívidas."
Mas a quitação da dívida,
mesmo antecipada (o prazo de
securitização era de dez anos e
venceria em 2006), não extinguiu o processo no Ministério
Público Federal, segundo o filho do deputado. "Isso é normal. O fato de o processo continuar é normal. Está em fase de
levantamento de provas. Tudo
que o Ministério Público Federal pediu, até agora, recebeu de
informações nossas. No final
tudo ficará esclarecido."
INSS
Na Justiça Federal em Maringá (PR), existem três ações
de execução do INSS contra
Balbinotti, referentes a dívidas
do Grêmio Esportivo Maringá
-clube de futebol, hoje extinto,
do qual Balbinotti foi presidente de 1986 a 1988. "Naquele
tempo, time nenhum do Brasil
pagava o INSS. É uma mixaria,
nem sei o valor certo. Sei que
deixei o clube [renunciou para
ser candidato a prefeito] e, hoje, como não existe o clube, sou
réu com mais outros ex-diretores. Mas vamos quitar isso."
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