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Para FHC, venda é
"assunto interno"
da Sucursal de Brasília
O porta-voz da Presidência, afirmou que Fernando Henrique Cardoso, "mesmo sem saber das declarações de (Michel) Camdessus,
já havia dado sua posição" e descartava a venda da Caixa e também
a do Banco do Brasil.
"Esse é um assunto interno, já está decidido. Não está sendo considerada a privatização", afirmou
Amaral às 18h10. Segundo o porta-voz, "não há nenhum inconveniente nas declarações de Camdessus, mas o assunto é interno e a decisão é brasileira".
Antes, às 16h no Palácio do Planalto, FHC havia classificado como precipitados os que defendem
a privatização. Segundo ele, "é
muito cedo" para pensar em idéias
que "não têm ainda enraizamento
na prática, na viabilidade de um
país como o nosso."
"E quem fala não é pessoa que
tem ojeriza às privatizações, mas
tem ojeriza às precipitações infundadas e à idéia de que, de repente,
uma solução mágica resolve tudo",
completou.
FHC fez as declarações em discurso durante a cerimônia de entrega da carta de crédito (financiamento concedido às famílias pela
Caixa para a compra da casa própria) de número 500 mil.
Durante o discurso, FHC chamou de "insistentes" as referências
à privatização da Caixa. "Antes de
propor uma medida dessa natureza, é preciso entender melhor o
que é a Caixa."
O presidente declarou ter "horror a soluções de bolso de colete,
que dizem: 'resolve-se assim"".
FHC defendeu a racionalização
do trabalho da Caixa, fim da "duplicidade" de serviços da instituição com o Banco do Brasil e parcerias com o setor privado. Esses
procedimentos estão sendo estudados pela equipe econômica.
"Temos que fazer isso com um
procedimento que atenda aos interesses do nosso país. Quem decide
isso somos nós. Progressivamente,
vamos examinar o que é melhor. E
o que for melhor nós faremos. Mas
não precisamos estar atados a
idéias preconcebidas, prefixadas,
de que só de um jeito se resolvem
as questões", declarou FHC.
O presidente disse que é necessário aumentar a capacidade das instituições públicas em atender a população. "Vamos percorrer esse
caminho com pressa, mas sem
açodamento."
O presidente da CEF, Emílio Carazzai, afirmou esperar que as declarações de FHC ponham fim às
especulações sobre a privatização.
Carazzai afirmou que o governo
estuda a venda de subsidiárias das
instituições financeiras e sua participação majoritária na Sasse (a seguradora da Caixa).
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