São Paulo, Quarta-feira, 17 de Março de 1999
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Para FHC, venda é "assunto interno"

da Sucursal de Brasília

O porta-voz da Presidência, afirmou que Fernando Henrique Cardoso, "mesmo sem saber das declarações de (Michel) Camdessus, já havia dado sua posição" e descartava a venda da Caixa e também a do Banco do Brasil.
"Esse é um assunto interno, já está decidido. Não está sendo considerada a privatização", afirmou Amaral às 18h10. Segundo o porta-voz, "não há nenhum inconveniente nas declarações de Camdessus, mas o assunto é interno e a decisão é brasileira".
Antes, às 16h no Palácio do Planalto, FHC havia classificado como precipitados os que defendem a privatização. Segundo ele, "é muito cedo" para pensar em idéias que "não têm ainda enraizamento na prática, na viabilidade de um país como o nosso."
"E quem fala não é pessoa que tem ojeriza às privatizações, mas tem ojeriza às precipitações infundadas e à idéia de que, de repente, uma solução mágica resolve tudo", completou.
FHC fez as declarações em discurso durante a cerimônia de entrega da carta de crédito (financiamento concedido às famílias pela Caixa para a compra da casa própria) de número 500 mil.
Durante o discurso, FHC chamou de "insistentes" as referências à privatização da Caixa. "Antes de propor uma medida dessa natureza, é preciso entender melhor o que é a Caixa."
O presidente declarou ter "horror a soluções de bolso de colete, que dizem: 'resolve-se assim"".
FHC defendeu a racionalização do trabalho da Caixa, fim da "duplicidade" de serviços da instituição com o Banco do Brasil e parcerias com o setor privado. Esses procedimentos estão sendo estudados pela equipe econômica.
"Temos que fazer isso com um procedimento que atenda aos interesses do nosso país. Quem decide isso somos nós. Progressivamente, vamos examinar o que é melhor. E o que for melhor nós faremos. Mas não precisamos estar atados a idéias preconcebidas, prefixadas, de que só de um jeito se resolvem as questões", declarou FHC.
O presidente disse que é necessário aumentar a capacidade das instituições públicas em atender a população. "Vamos percorrer esse caminho com pressa, mas sem açodamento."
O presidente da CEF, Emílio Carazzai, afirmou esperar que as declarações de FHC ponham fim às especulações sobre a privatização.
Carazzai afirmou que o governo estuda a venda de subsidiárias das instituições financeiras e sua participação majoritária na Sasse (a seguradora da Caixa).


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