São Paulo, Quarta-feira, 17 de Março de 1999
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CASO CAIXEGO
Irmão de Iris Rezende irá depor
Acusado em Goiás devolveu R$ 460 mil

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Goiânia

Um dos oito acusados de desviar R$ 7,5 milhões da Caixego (Caixa Econômica de Goiás), em outubro do ano passado, devolveu à Justiça a parte desviada que foi depositada em seu nome um dia após a prisão de Edivaldo Andrade, o ex-liquidante do banco, em janeiro.
O Ministério Público Federal investiga denúncia de que o dinheiro teria financiado campanha do PMDB no Estado no ano passado.
O advogado Leonardo Stacciarini de Resende, 25, devolveu à Polícia Federal no dia 29 de janeiro os R$ 459.992 que foram depositados em sua conta corrente pelo advogado dos ex-funcionários da Caixego, Valdemar Zaidem, conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal.
Diz a denúncia que Resende ""utilizou a sua conta bancária para receber os valores que sabia serem a parte que coube a seu pai, Gil Alberto Resende (ex-procurador-geral de Goiás), na divisão do produto do crime, bem como, a mando deste, sacou o dinheiro, guardou-o em casa e, posteriormente, negociou-o em operações de câmbio na Ventur-Viagens e Turismo Ltda."
Apesar da devolução, Leonardo Resende alegou que esse dinheiro que estava em seu poder pertencia a Valdemar Zaidem. Ele não relacionou o depósito ao desvio na Caixego. Disse que esse dinheiro era para compra de títulos da dívida pública, transações que vinha fazendo com Zaidem.
O ex-advogado dos funcionários, no entanto, nega essa versão. Segundo disse seu advogado, Modesto Gomes da Silva, o dinheiro depositado na conta de Resende era parte do rateio feito entre os acusados.
""Quem mandou depositar o dinheiro na conta dele foi o Élcio (Berquó)", disse Silva, referindo-se ao outro advogado dos ex-funcionários da Caixego.
O dinheiro foi devolvido em espécie e em seis cheques da empresa Ventur, no valor de R$ 55 mil, cada um, conforme Auto de Apresentação e Apreensão emitido pela Polícia Federal, que a Agência Folha obteve uma cópia.
O ex-coordenador da campanha peemedebista e irmão do senador Iris Resende (PMDB) Otoniel Machado Carneiro é o único dos oito acusados do caso que ainda não foi ouvido pela Justiça.
O seu depoimento foi marcado ontem para a próxima terça-feira.


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