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TREs pedem
extinção da
reeleição
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
Os 27 presidentes de TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) são
contra a reeleição em qualquer nível (Presidência, governos estaduais e prefeituras) e querem que o
Congresso reexamine a questão.
Eles desejam também que o voto
passe a ser facultativo e não mais
obrigatório.
Essas duas alterações fazem parte de uma série de propostas de
mudanças à Lei Eleitoral (lei nº
9.504/97) que o Colégio de Presidentes de TREs remeterá ao Congresso por meio do presidente do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral),
ministro Nery da Silveira.
O pedido pelo fim da reeleição,
instituto adotado pela primeira
vez nas eleições de 1998 para a Presidência e governos estaduais, foi
aprovado por unanimidade pelos
presidentes de TREs durante encontro em Palmas (TO).
O presidente do Colégio de Presidentes, desembargador Osvaldo
Stefanello, que preside o TRE gaúcho, disse ontem que as propostas
têm o objetivo exclusivo de aperfeiçoar o processo político e nada
têm a ver com divergências entre o
senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e os ministros do
Tribunal Superior do Trabalho.
As cerca de 50 propostas de alteração da lei e do Código Eleitoral
definidas pelos juízes foram divulgadas ontem, em Porto Alegre, por
Stefanello.
""A intenção da Justiça Eleitoral é
contribuir com o legislador", disse
o presidente, antecipando que os
juízes vão ""agir" para que as sugestões sejam aprovadas pelo Legislativo. Na sua opinião, o eleitorado
""não está preparado para o instituto da reeleição, porque ainda existe
muito de voto sugestionado".
Se a reeleição for mantida, os representantes da Justiça Eleitoral
pedem que os candidatos a mais
um mandato sejam obrigados a se
desincompatibilizar, afastando-se
dos cargos que ocupam, ""a fim de
ser observado o princípio da isonomia".
Outra alteração proposta é a eliminação da chamada ""candidatura nata", que assegura o registro
como candidato aos detentores de
mandato de deputado federal e estadual e vereador. Conforme os
presidentes de TREs, essa prerrogativa ""é nitidamente inconstitucional, porque retira dos partidos a
autonomia que a Constituição lhes
assegura".
Os juízes eleitorais propõem que
as coligações sejam limitadas às
eleições majoritárias, para evitar
excessos de subcoligações.
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