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FATURA ALIADA
Presidente confirmou na vaga Carlos Bezerra, que foi vetado por órgãos de informação, e autorizou postos no BB e na Caixa
Lula cede, e PMDB leva presidência do INSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sob pressão do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuou e prometeu nomear o ex-senador Carlos Bezerra (MT) para a
presidência do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social). O nome de Bezerra havia sido vetado
pelos órgãos de informação.
Lula deu o sinal verde para a nomeação de Bezerra após jantar
anteontem com a cúpula do
PMDB no Palácio da Alvorada.
Com uma lista de cargos federais
na mão, o presidente arbitrou
uma a uma as pendências do partido, que têm mais de seis meses.
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), advertiu para a eventual repercussão
negativa da nomeação de Bezerra.
O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse que a indicação era
unânime da bancada do Senado,
que assumiria a responsabilidade
por ele. "Qualquer problema, o
senhor demite", disse, segundo
relato de presentes.
Segundo o PMDB, Bezerra tivera seu nome envolvido com João
Arcanjo Ribeiro, acusado de ser
um dos cabeças do crime organizado em Mato Grosso, porque um
cheque seu fora encontrado na
firma de factoring de Arcanjo.
Aos colegas, ele diz não estar envolvido em irregularidades.
O ministro Amir Lando (Previdência), que chegou a ameaçar
deixar o cargo por não ter autonomia para nomear seus auxiliares,
terá de assinar com Lula o decreto
de nomeação do ex-senador. Ontem, ele não disse uma palavra, a
favor ou contra, sobre a indicação
de Carlos Bezerra.
A partilha dos cargos foi feita
após o jantar. O INSS encabeçava
a lista, que tinha uma vice-presidência e duas superintendências
da Caixa Econômica Federal,
duas diretorias do Banco do Brasil, duas dos Correios, a presidência da Eletrobras e uma diretoria
da Eletrosul. Ficou acertado que
em dez dias Aldo Rebelo (Coordenação Política) e José Dirceu
(Casa Civil) encaminharão as nomeações solicitadas por Calheiros
para a Caixa, José Sarney (AP) e
Ney Suassuna (PB), para os Correios e novamente de Sarney para
a presidência da Eletrobras. Silas
Rondeau, atual presidente da Eletronorte, comandará a Eletrobras.
Lula pediu que o governador de
Santa Catarina, Luiz Henrique
(PMDB), e a bancada do PMDB se
entendam sobre a Eletrosul: eles
divergem sobre a vaga. As duas
diretorias do Banco do Brasil serão partilhadas pelas bancadas do
Senado e da Câmara.
Mais complexo é o quebra-cabeças da Dataprev (processamento de dados da Previdência). Na
reunião ficou decidido que o PT
manterá o presidente, que é ligado ao assessor da Casa Civil, Marcelo Sereno, mas terá de ceder as
diretorias. As indicações são dos
senadores Suassuna, Romero Jucá (RR) e de Luiz Otávio (PA). O
PT tenta manter uma diretoria (as
decisões da Dataprev são tomadas por um colegiado). Com três
delas, o PMDB seria majoritário.
Ficou acertado também que o
PMDB, por ora, não entrará na
Secretaria de Previdência Complementar, sob a influência do
ministro Luiz Gushiken.
Do jantar participaram Dirceu,
Aldo, Lando, Eunício Oliveira
(Comunicações), Sarney, o presidente do PMDB, Michel Temer, e
os líderes no Senado, Calheiros, e
na Câmara, José Borba (PR).
(RAYMUNDO COSTA e KENNEDY ALENCAR)
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