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Pré-candidato,
Temer reage ao
PT paulistano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O lançamento da pré-candidatura do presidente do PMDB, Michel Temer, a prefeito de São Paulo é um exemplo do cabo-de-guerra que existe entre governo
federal e administração Marta Suplicy em relação à tática eleitoral
do PT para as eleições municipais.
Temer só será lançado hoje porque o PT paulistano se recusou a
dar a vaga de vice ao PMDB. Essa
justificativa foi dada anteontem
ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva pelo próprio Temer.
Em jantar com a cúpula do
PMDB no Alvorada, o presidente
disse a Temer que os dois partidos
deveriam selar um "pacto de boa
convivência" nas eleições de outubro. Lula repetiu seu desejo de
que as duas legendas se aliem onde for possível. O presidente do
PMDB concordou com Lula, mas
afirmou que as maiores dificuldades nesse sentido partiam do próprio PT. Nesse momento, citou a
eleição paulistana.
Temer disse que o presidente do
PMDB em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia, queria se
aliar a Marta. No entanto, a recusa
em ceder a vaga de vice levou
Quércia a apoiá-lo. "Agora ficou
irreversível", disse Temer a Lula,
que respondeu: "É uma pena".
A Folha apurou, porém, que o
governo federal ainda tentará
convencer Marta a abrir mão do
vice, articulação que tende ao fracasso. Secretário de Governo da
Prefeitura, Rui Falcão já foi lançado na chapa de Marta.
Segundo a Agência Folha apurou, Lula afirmou no jantar que a
chapa para disputar a Prefeitura
de São Paulo ainda não está definida e que ainda há espaço para
negociar a vice com o PMDB.
Apesar de viver momento difícil, Marta acredita na vitória.
Quer um vice do PT e de confiança, como Falcão, porque sonha
com vôos mais altos, até mesmo
com a Presidência -apesar de,
no cenário de hoje, estar mais inclinada a avaliar uma candidatura
ao governo paulista em 2006.
É evidente que os sonhos da
prefeita dependem do sucesso na
campanha à reeleição. Circula no
PT paulistano análise reservada
sobre eventual dificuldade de Lula para se reeleger, caso o presidente não consiga superar a contento os obstáculos que enfrenta.
Num quadro de persistência
desses obstáculos, caciques do PT
paulistano acham que Lula pode
não querer disputar a reeleição.
Isso, no sonho de dirigentes do PT
paulistano que não têm boas relações com o grupo lulista e o comando nacional do partido, poderia abrir a possibilidade de
Marta ser presidenciável em 2006.
Já o PT federal julga que a aliança com o PMDB em São Paulo poderia ajudar na reconquista da
prefeitura. De quebra, com um vice do PMDB, Marta sofreria pressão para ficar no cargo e ficaria fora das disputas petistas pelo governo paulista, sem falar no Planalto. Isso agrada, por exemplo, a
caciques do PT que sonham com
o Palácio do Bandeirantes.
(KA)
Colaborou KAMILA FERNANDES, da
Agência Folha, em Fortaleza
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