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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Confirmação do deputado Henrique Alves como vice da chapa dependeria de ajuste com direção tucana
PMDB contabiliza 60% de votos pró-Serra
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PMDB bateu o
martelo. Contabilizou ter pelo
menos 60% dos votos para oficializar a aliança com o PSDB na
convenção de 15 de junho e fechou com os demais setores governistas do partido que indicará
o deputado federal Henrique
Eduardo Alves (RN) para vice do
pré-candidato tucano à Presidência, o senador José Serra (SP).
A confirmação de Alves, 54
anos, só depende de um ajuste
com a direção do PSDB, o que deve acontecer até a semana que
vem, quando os dois partidos planejam anunciar o vice e os acordos regionais que viabilizarão a
maioria pró-Serra. Apesar de resistir a Alves, Serra deverá aceitá-lo, a fim de fortalecer o grupo que
apoiou a reeleição de Fernando
Henrique Cardoso e lutou pela
aliança com o PSDB em 2002.
Anteontem, quando costurou a
maioria possível de apoio interno
a Alves, a cúpula do PMDB também encerrou uma rebelião de senadores e abriu espaço para tentar obter 70% dos cerca de 720 votos da convenção de junho.
Fechada a aliança, Serra terá o
maior tempo de TV no horário
eleitoral que começa em agosto, o
que é vital para seu plano de ir ao
segundo turno contra Luiz Inácio
Lula da Silva, petista que disparou
nas pesquisas. O ex-ministro Eliseu Padilha, espécie de contador
do partido nas convenções, veio a
Brasília na terça-feira para fazer
uma planilha dos votos peemedebistas em cada Estado.
Se forem feitos acordos formais,
alianças brancas ou acertadas formas futuras de compensação em
Mato Grosso, Pará, Sergipe e Santa Catarina, há chance de a cúpula
obter entre 70% e os 65% alcançados na eleição do deputado federal Michel Temer para presidente
do partido em setembro passado.
Até 15 de junho, haverá choradeira e ameaça de peemedebistas interessados na própria sobrevivência política, mas FHC e Serra usarão o governo federal para cooptar congressistas e cabos eleitorais
onde for preciso.
Um exemplo curioso é o do Pará. O governador do Estado, o tucano Almir Gabriel, esteve em
Brasília nesta semana para se reunir com o presidente do PSDB, José Aníbal, para tentar algum tipo
de acerto com o ex-senador Jader
Barbalho (PMDB-PA).
O grupo pró-Serra sairá vencedor com folga. Essa ala já tem
quase todo o Nordeste (cerca de
200 votos) e o Norte (aproximadamente 70 votos). Possui a metade de São Paulo (64 votos no total). Pode ter quase todos os 64
votos gaúchos.
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