São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Confirmação do deputado Henrique Alves como vice da chapa dependeria de ajuste com direção tucana

PMDB contabiliza 60% de votos pró-Serra

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cúpula do PMDB bateu o martelo. Contabilizou ter pelo menos 60% dos votos para oficializar a aliança com o PSDB na convenção de 15 de junho e fechou com os demais setores governistas do partido que indicará o deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN) para vice do pré-candidato tucano à Presidência, o senador José Serra (SP).
A confirmação de Alves, 54 anos, só depende de um ajuste com a direção do PSDB, o que deve acontecer até a semana que vem, quando os dois partidos planejam anunciar o vice e os acordos regionais que viabilizarão a maioria pró-Serra. Apesar de resistir a Alves, Serra deverá aceitá-lo, a fim de fortalecer o grupo que apoiou a reeleição de Fernando Henrique Cardoso e lutou pela aliança com o PSDB em 2002.
Anteontem, quando costurou a maioria possível de apoio interno a Alves, a cúpula do PMDB também encerrou uma rebelião de senadores e abriu espaço para tentar obter 70% dos cerca de 720 votos da convenção de junho.
Fechada a aliança, Serra terá o maior tempo de TV no horário eleitoral que começa em agosto, o que é vital para seu plano de ir ao segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva, petista que disparou nas pesquisas. O ex-ministro Eliseu Padilha, espécie de contador do partido nas convenções, veio a Brasília na terça-feira para fazer uma planilha dos votos peemedebistas em cada Estado.
Se forem feitos acordos formais, alianças brancas ou acertadas formas futuras de compensação em Mato Grosso, Pará, Sergipe e Santa Catarina, há chance de a cúpula obter entre 70% e os 65% alcançados na eleição do deputado federal Michel Temer para presidente do partido em setembro passado. Até 15 de junho, haverá choradeira e ameaça de peemedebistas interessados na própria sobrevivência política, mas FHC e Serra usarão o governo federal para cooptar congressistas e cabos eleitorais onde for preciso.
Um exemplo curioso é o do Pará. O governador do Estado, o tucano Almir Gabriel, esteve em Brasília nesta semana para se reunir com o presidente do PSDB, José Aníbal, para tentar algum tipo de acerto com o ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
O grupo pró-Serra sairá vencedor com folga. Essa ala já tem quase todo o Nordeste (cerca de 200 votos) e o Norte (aproximadamente 70 votos). Possui a metade de São Paulo (64 votos no total). Pode ter quase todos os 64 votos gaúchos.



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