São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Dívidas incluem custeio de telefone, luz, aluguéis e merenda

Garotinho deixa contas atrasadas

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O secretário estadual de Controle do Rio de Janeiro, Renê Garcia Jr., disse que o governo de Benedita da Silva (PT) herdou do ex-governador Anthony Garotinho (PSB) contas atrasadas de despesas de custeio, como telefone, luz, aluguéis de prédios e carros usados por órgãos da administração e pela própria governadora.
Ele disse que também há contas em atraso com fornecedores -inclusive os da merenda escolar- e de empreiteiras que tocam obras do governo. O secretário está fazendo um balanço das dívidas deixadas por Garotinho, pré-candidato à Presidência.
Garcia Jr. disse que, só de telefone, a administração estadual deve R$ 10 milhões. Por falta de pagamento, várias linhas estão sendo cortadas, segundo ele. Afirmou que a dívida com a Light é de R$ 6 milhões e que já foram pagos os R$ 4 milhões devidos à Petrobras, referentes ao fornecimento de combustível para os carros oficiais, inclusive os da polícia.
Também está sendo regularizado o pagamento da merenda escolar, atrasada desde janeiro, segundo ele. A maioria das contas atrasadas se refere ao período de janeiro a março de 2002, últimos três meses de governo de Garotinho. O aluguel de alguns prédios, porém, está atrasado desde 2000.
Garcia Jr. está concluindo um relatório com os dados enviados por todas as secretarias para saber o total da dívida e poder renegociar com os credores.
Outro problema que preocupa o governo é o crescimento das despesas com pessoal, que subiram de R$ 7,8 bilhões em 2001 para R$ 8,8 bilhões este ano. Esse aumento é o principal responsável pelo déficit de R$ 1,3 bilhão projetado até o final de 2002 pela equipe econômica petista. Só aumentos concedidos por Garotinho nos últimos meses provocaram um impacto de R$ 16 milhões na folha de abril, disse o secretário.
Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo de Benedita suspendeu e está reavaliando reajustes que não haviam sido pagos, cortando cerca de R$ 842 mil mensais na folha. Cerca de 1.580 funcionários de cinco órgãos foram afetados.
A Folha tentou falar ontem com Garotinho. A assessoria dele informou que não conseguiu falar com ele, que estava na Paraíba.



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