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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Dívidas incluem custeio de telefone, luz, aluguéis e merenda
Garotinho deixa contas atrasadas
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário estadual de Controle do Rio de Janeiro, Renê Garcia Jr., disse que o governo de Benedita da Silva (PT) herdou do ex-governador Anthony Garotinho
(PSB) contas atrasadas de despesas de custeio, como telefone, luz,
aluguéis de prédios e carros usados por órgãos da administração
e pela própria governadora.
Ele disse que também há contas
em atraso com fornecedores
-inclusive os da merenda escolar- e de empreiteiras que tocam
obras do governo. O secretário está fazendo um balanço das dívidas deixadas por Garotinho, pré-candidato à Presidência.
Garcia Jr. disse que, só de telefone, a administração estadual deve
R$ 10 milhões. Por falta de pagamento, várias linhas estão sendo
cortadas, segundo ele. Afirmou
que a dívida com a Light é de R$ 6
milhões e que já foram pagos os
R$ 4 milhões devidos à Petrobras,
referentes ao fornecimento de
combustível para os carros oficiais, inclusive os da polícia.
Também está sendo regularizado o pagamento da merenda escolar, atrasada desde janeiro, segundo ele. A maioria das contas
atrasadas se refere ao período de
janeiro a março de 2002, últimos
três meses de governo de Garotinho. O aluguel de alguns prédios,
porém, está atrasado desde 2000.
Garcia Jr. está concluindo um
relatório com os dados enviados
por todas as secretarias para saber
o total da dívida e poder renegociar com os credores.
Outro problema que preocupa
o governo é o crescimento das
despesas com pessoal, que subiram de R$ 7,8 bilhões em 2001 para R$ 8,8 bilhões este ano. Esse aumento é o principal responsável
pelo déficit de R$ 1,3 bilhão projetado até o final de 2002 pela equipe econômica petista. Só aumentos concedidos por Garotinho nos
últimos meses provocaram um
impacto de R$ 16 milhões na folha
de abril, disse o secretário.
Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo de Benedita suspendeu e está reavaliando reajustes que não haviam
sido pagos, cortando cerca de R$
842 mil mensais na folha. Cerca
de 1.580 funcionários de cinco órgãos foram afetados.
A Folha tentou falar ontem com
Garotinho. A assessoria dele informou que não conseguiu falar
com ele, que estava na Paraíba.
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