São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"

Lula planeja enxugar ministério e devolver Aldo, Berzoini e Eduardo Campos à Câmara

Substituto de Dirceu deve ser petista com perfil gerencial

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a auxiliares que os ministros Aldo Rebelo (Coordenação de Governo), Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) e Ricardo Berzoini (Trabalho) retornariam à Câmara na segunda etapa da reforma ministerial, que começou com a saída de José Dirceu da Casa Civil.
O substituto de Dirceu deverá ser petista e com experiência administrativa -perfil de gerente reconhecido pelo PT.
A Folha apurou que Campos já está se mexendo para ficar. Berzoini se disse preparado para retomar o mandato de deputado federal. E Aldo perdeu faz tempo as condições de ser um coordenador político eficiente. Lula aguardava oportunidade para tirar Aldo. A intenção é extinguir a pasta.
O presidente estuda ainda substituir Humberto Costa (Saúde), Romero Jucá (Previdência Social) e Henrique Meirelles (Banco Central). Lula depende de uma resposta do empresário Abílio Diniz, sondado para uma pasta. Aventa-se a possibilidade de ele substituir Jaques Wagner no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Lula deseja ter ministros com peso na sociedade para evitar a idéia de uma reforma de rendição aos políticos tradicionais.
Ao fim do dia de ontem, havia diversas versões sobre o substituto de Dirceu. Uma delas dava conta de que Lula já havia optado pelo governador do Acre, Jorge Viana (PT), mas que preferia anunciar isso na segunda-feira.
Noutra versão, apareciam cotados Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda. A hipótese de Antonio Palocci Filho (Fazenda) ocupar o posto voltou a ser lembrada, mas era menor que as anteriores.
Ministros e auxiliares disseram reservadamente que Lula poderia tentar surpreender, apresentando alguém de perfil mais executivo, para tocar uma Casa Civil mais gerencial e menos política.
Em conversas reservadas ao longo do dia de ontem, Lula disse que pretendia fazer hoje um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, mas decidiu adiar para outro momento, quando deverá ter concluído negociações.
A intenção do presidente é enxugar o ministério (35 pastas) e reduzir a fatia do PT (19 assentos). Secretarias especiais ocupadas por pessoas com status de ministro deverão ser fundidas à Secretaria Geral da Presidência, chefiada pelo "apagado" Luiz Dulci.
A intenção é ampliar o espaço do PMDB. Eunício Oliveira (Comunicações) deverá continuar no posto e Lula deve dar a Integração a um peemedebista. O PP deverá entrar no primeiro escalão. (KA)


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