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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"
Lula planeja enxugar ministério e devolver Aldo, Berzoini e Eduardo Campos à Câmara
Substituto de Dirceu deve ser petista com perfil gerencial
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disse ontem a auxiliares
que os ministros Aldo Rebelo
(Coordenação de Governo),
Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) e Ricardo Berzoini (Trabalho) retornariam à Câmara na
segunda etapa da reforma ministerial, que começou com a saída
de José Dirceu da Casa Civil.
O substituto de Dirceu deverá
ser petista e com experiência administrativa -perfil de gerente
reconhecido pelo PT.
A Folha apurou que Campos já
está se mexendo para ficar. Berzoini se disse preparado para retomar o mandato de deputado federal. E Aldo perdeu faz tempo as
condições de ser um coordenador
político eficiente. Lula aguardava
oportunidade para tirar Aldo. A
intenção é extinguir a pasta.
O presidente estuda ainda substituir Humberto Costa (Saúde),
Romero Jucá (Previdência Social)
e Henrique Meirelles (Banco Central). Lula depende de uma resposta do empresário Abílio Diniz,
sondado para uma pasta. Aventa-se a possibilidade de ele substituir
Jaques Wagner no Conselho de
Desenvolvimento Econômico e
Social. Lula deseja ter ministros
com peso na sociedade para evitar
a idéia de uma reforma de rendição aos políticos tradicionais.
Ao fim do dia de ontem, havia
diversas versões sobre o substituto de Dirceu. Uma delas dava conta de que Lula já havia optado pelo governador do Acre, Jorge Viana (PT), mas que preferia anunciar isso na segunda-feira.
Noutra versão, apareciam cotados Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda. A hipótese de Antonio
Palocci Filho (Fazenda) ocupar o
posto voltou a ser lembrada, mas
era menor que as anteriores.
Ministros e auxiliares disseram
reservadamente que Lula poderia
tentar surpreender, apresentando
alguém de perfil mais executivo,
para tocar uma Casa Civil mais
gerencial e menos política.
Em conversas reservadas ao
longo do dia de ontem, Lula disse
que pretendia fazer hoje um pronunciamento em cadeia nacional
de rádio e TV, mas decidiu adiar
para outro momento, quando deverá ter concluído negociações.
A intenção do presidente é enxugar o ministério (35 pastas) e
reduzir a fatia do PT (19 assentos).
Secretarias especiais ocupadas
por pessoas com status de ministro deverão ser fundidas à Secretaria Geral da Presidência, chefiada pelo "apagado" Luiz Dulci.
A intenção é ampliar o espaço
do PMDB. Eunício Oliveira (Comunicações) deverá continuar no
posto e Lula deve dar a Integração
a um peemedebista. O PP deverá
entrar no primeiro escalão.
(KA)
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