JULIA DUAILIBI
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Diante de uma chamada "agenda positiva" para tentar esfriar o crise no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não governa o país com a "pequenez" de quem visa a reeleição. Em evento no Planalto, integrantes de movimentos sociais pró-moradia entoaram gritos para mais um mandato de Lula.
O presidente participou de duas solenidades seguidas no palácio. Primeiro, sancionou lei de modernização do sistema habitacional para a população de baixa renda. Depois, em outro salão, apresentou projeto para a construção da Universidade Federal do ABC.
No primeiro evento, Lula foi ovacionado por cerca de cem integrantes de movimentos pró-moradia que puderam acompanhar in loco a sanção de lei sobre o tema. Lula entrou sob gritos que lembraram suas campanhas: "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula". Sorrindo, respondeu com palmas.
Mais tarde, os convidados pediram mais um mandato. "Um, dois, três, é Lula outra vez." Lula respondeu: "Isso [a reeleição] vamos discutir mais para a frente".
Em sua fala, ora lida ora improvisada, o presidente disse que a presença dos integrantes de movimentos sociais no Planalto era uma prova da democracia. "Eu acredito que todos os movimentos sociais já entraram aqui mais de duas vezes. E vão continuar entrando porque na hora em que o povo pega o gosto pela democracia ele não quer mais largar de exercitar a democracia."
No evento de educação, enalteceu o trabalho do ministro Tarso Genro (Educação). "[Há avanços] porque estamos pensando em construir este país para uma nova geração. Se a gente estivesse trabalhando com a pequenez de pensar só numa eleição, possivelmente nada disso teria saído."
Nos últimos dias, desde que se agravou a crise, a Presidência tentou organizar uma agenda recheada de anúncios positivos.


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