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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/INVESTIGAÇÃO
Dois diretores assumem nova função uma semana após a saída devido à denúncia de corrupção
Indicados do PT demitidos voltam a cargos nos Correios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os diretores indicados pelo PT
voltaram a ocupar funções importantes na cúpula dos Correios,
menos de uma semana depois de
toda a diretoria da estatal ter pedido demissão coletiva por causa
das denúncias de corrupção.
Maurício Coelho Madureira,
ex-diretor de Operações, e Eduardo Medeiros de Morais, ex-diretor de Tecnologia, foram nomeados consultores da diretoria e trabalham diretamente no gabinete
da presidência da empresa. A nomeação foi feita na segunda-feira.
Com a nomeação de ambos,
apenas o PMDB teve prejuízos
com a repercussão do escândalo
de corrupção que estourou neste
ano e saiu perdendo quatro cargos importantes com as demissões. Em abril do ano passado, o
partido emplacou cargos na estatal em troca de apoio ao governo
para evitar uma CPI no caso Waldomiro Diniz.
Com o surgimento de denúncias de corrupção nos Correios,
neste ano, houve um pedido de
demissão coletiva que provocou a
saída da empresa do presidente
João Henrique de Almeida Sousa,
ex-deputado e ex-ministro dos
Transportes no final do governo
Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002), e dos diretores Ricardo Henrique Suner Caddah
(Econômico-Financeiro), Carlos
Eduardo Fioravanti da Costa (Comercial) e Robinson Koury Viana
da Silva (Recursos Humanos), todos indicados pelo PMDB.
Em seu depoimento, terça-feira,
no Conselho de Ética da Câmara,
o deputado Roberto Jefferson
(PTB-RJ) disse que a maior parte
das denúncias de corrupção na
estatal estariam ligadas à diretoria
de Tecnologia, que era ocupada
por Eduardo Medeiros de Morais.
Segundo Jefferson, ele seria indicação de Silvio Pereira, secretário-geral do PT. Ainda segundo o
presidente do PTB, os problemas
estariam no contrato dos Correios com a empresa Skymaster.
Quando a cúpula dos Correios
pediu demissão coletiva, governo
disse que aguardaria o fim da
apuração de corrupção na estatal
para poder nomear cargos segundo articulações políticas.
Dessa forma, o governo definiu
os nomes técnicos para ocupar a
presidência e a diretoria. Todos
são funcionários de carreira da estatal, mas assessoravam diretamente os ex-diretores e o ex-presidente a quem substituíram.
Foram nomeados diretores Virgílio Brilhante Sirimarco (ex-consultor da presidência), Vanine
Vasconcelos Magalhães (ex-assessor-executivo da diretoria de
Tecnologia), Marcos Gomes da
Silva (ex-assessor-executivo da
diretoria de Administração),
Everton Luiz Cabral Machado
(ex-assessor-executivo do Comercial), José Otaviano Pereira
(ex-chefe de Comunicação e Marketing, subordinado à presidência) e José Osvaldo Fontoura Carvalho Sobrinho (ex-consultor da
presidência).
A presidência da empresa foi assumida interinamente por Janio
Cezar Luiz Pohren, que ocupava o
cargo de chefe-de-gabinete da
presidência, como presidente interino da estatal. Pohren, 44, é
economista e funcionário dos
Correios há 22 anos.
A estatal é a maior empregadora
do país, com aproximadamente
108 mil funcionários. Ano passado, a empresa teve um faturamento de R$ 7,6 bilhões e despesas de R$ 7,3 bilhões, que resultaram em um lucro de aproximadamente R$ 300 milhões. Para este
ano, a estatal tem previstos investimentos de R$ 565 milhões.
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