São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2005

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Conselho de Ética pedirá quebra de sigilo de DNA e de Marcos Valério

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedirá à Justiça a quebra do sigilo bancário das agências de publicidade DNA e SMP&B e a quebra do sigilo telefônico do proprietário das empresas, Marcos Valério, e do tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
A intenção é investigar a relação entre Delúbio e as empresas e tentar mapear movimentações financeiras que corroborem ou não a acusação de que Valério e Delúbio distribuíram mesadas de R$ 30 mil a deputados federais.
O requerimento foi feito pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), integrante do Conselho: "A quebra dos sigilos bancários e telefônicos podem comprovar qual a relação que Marcos Valério tem com Delúbio e com o PT".
Para que os sigilos sejam efetivamente quebrados é preciso seguir um ritual. O pedido de Fruet será remetido à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Em seguida, ele tem de ser votado no plenário da Câmara para ser encaminhado à Justiça, que determinaria a quebra. O processo é mais demorado que o de uma CPI, que autoriza automaticamente essas medidas.
Ontem, o Conselho também aprovou requerimentos de convocação de dez deputados federais citados pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), em seu depoimento.
A outra linha de investigação na Câmara, a Corregedoria, ouviu, em sessão fechada, o depoimento do presidente do PP, Pedro Corrêa (PE), acusado por Jefferson de ser um dos integrantes do suposto esquema do mensalão.
Corrêa negou todas as acusações e entregou à Corregedoria um carrinho abarrotado de papéis que seriam os relatórios sobre a sua movimentação bancária, fiscal e telefônica dos últimos anos. "Podem me investigar de cima pra baixo, de baixo pra cima, não devo nada", afirmou.
A Corregedoria ouviria ontem o senador Ney Suassuna (PB), líder do PMDB, acusado por Jefferson de ter relações com arapongas.
Ao saber que o horário e o local do depoimento haviam chegado ao ouvido de repórteres, Suassuna cancelou sua ida.
(FÁBIO ZANINI E RANIER BRAGON)


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