São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2005

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OPOSIÇÃO

Partido escala deputado maranhense para atacar presidente Lula

PSDB exibe presidenciáveis na TV; FHC faz discurso moderado

CLÁUDIA TREVISAN
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

O PSDB abandonou ontem o discurso cauteloso em relação às denúncias de corrupção no governo e sustentou em seu programa de televisão que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia das irregularidades, "e não é de hoje". O ataque a Lula ficou a cargo do presidente do Instituto Teotônio Vilela, deputado Sebastião Madeira (MA).
Quem fechou o programa foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com um discurso de defesa das instituições democráticas e da investigação das denúncias. "Infelizmente, a política brasileira vive uma crise, e isso no exato momento em que os ventos do mundo são favoráveis, que começávamos a colher os frutos do trabalho dos últimos dez anos", afirmou FHC.
As estrelas do programa foram os três pré-candidatos do partido à Presidência: o prefeito de São Paulo, José Serra, e os governadores Aécio Neves (MG) e Geraldo Alckmin (SP).
Serra destacou obras e atuação na saúde e na educação e atacou o "caos" que diz ter herdado da petista Marta Suplicy (PT). Aécio fez propaganda de seu "choque de gestão" -redução de gastos e da máquina pública-, enquanto Alckmin deu ênfase à eficiência administrativa e a suas características pessoais. "Eu sou um homem temente a Deus", declarou.

Ataque
O deputado Sebastião Madeira criticou duramente o presidente: "O presidente Lula pode ser tudo, mas a gente sabe que ele não é ingênuo nem é desinformado", afirmou o tucano.
"Lula nomeou milhares de petistas sem concurso, sabe do loteamento de cargos nas estatais, sabe, e não é de hoje, do esquema de corrupção denunciado pelo deputado Roberto Jefferson, a quem aliás ele chama de parceiro. E o que fez o presidente diante de tantos desvios éticos? Absolutamente nada", disse Madeira.
Transmitido em horário nobre ontem, o programa de 20 minutos começou com as palavras "surpresa", "decepção" e "revolta" intercaladas com declarações de pessoas comuns em relação à gestão petista.
Os tucanos elencaram denúncias apresentadas contra o governo, a começar pelo caso Waldomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu flagrado exigindo propina no início de 2004.
Em seguida, aparecem a suspeita de desvio de recursos nos Correios, o caso do Instituto de Resseguros do Brasil, a extração ilegal de madeira na Amazônia e compras superfaturadas no Ministério da Saúde.
"E vem o pior", diz o programa, em referência à entrevista do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) à Folha, na qual ele sustenta que o governo compra o apoio de parlamentares do PP e do PL.


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