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OPOSIÇÃO
Partido escala deputado maranhense para atacar presidente Lula
PSDB exibe presidenciáveis na
TV; FHC faz discurso moderado
CLÁUDIA TREVISAN
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O PSDB abandonou ontem o
discurso cauteloso em relação
às denúncias de corrupção no
governo e sustentou em seu
programa de televisão que o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sabia das irregularidades,
"e não é de hoje". O ataque a Lula ficou a cargo do presidente do
Instituto Teotônio Vilela, deputado Sebastião Madeira (MA).
Quem fechou o programa foi
o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com um discurso
de defesa das instituições democráticas e da investigação das
denúncias. "Infelizmente, a política brasileira vive uma crise, e
isso no exato momento em que
os ventos do mundo são favoráveis, que começávamos a colher
os frutos do trabalho dos últimos dez anos", afirmou FHC.
As estrelas do programa foram os três pré-candidatos do
partido à Presidência: o prefeito
de São Paulo, José Serra, e os governadores Aécio Neves (MG) e
Geraldo Alckmin (SP).
Serra destacou obras e atuação na saúde e na educação e
atacou o "caos" que diz ter herdado da petista Marta Suplicy
(PT). Aécio fez propaganda de
seu "choque de gestão" -redução de gastos e da máquina pública-, enquanto Alckmin deu
ênfase à eficiência administrativa e a suas características pessoais. "Eu sou um homem temente a Deus", declarou.
Ataque
O deputado Sebastião Madeira criticou duramente o presidente: "O presidente Lula pode
ser tudo, mas a gente sabe que
ele não é ingênuo nem é desinformado", afirmou o tucano.
"Lula nomeou milhares de petistas sem concurso, sabe do loteamento de cargos nas estatais,
sabe, e não é de hoje, do esquema de corrupção denunciado
pelo deputado Roberto Jefferson, a quem aliás ele chama de
parceiro. E o que fez o presidente diante de tantos desvios éticos? Absolutamente nada", disse Madeira.
Transmitido em horário nobre ontem, o programa de 20
minutos começou com as palavras "surpresa", "decepção" e
"revolta" intercaladas com declarações de pessoas comuns
em relação à gestão petista.
Os tucanos elencaram denúncias apresentadas contra o governo, a começar pelo caso Waldomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu flagrado exigindo propina no início de 2004.
Em seguida, aparecem a suspeita de desvio de recursos nos
Correios, o caso do Instituto de
Resseguros do Brasil, a extração
ilegal de madeira na Amazônia e
compras superfaturadas no Ministério da Saúde.
"E vem o pior", diz o programa, em referência à entrevista
do deputado federal Roberto
Jefferson (PTB-RJ) à Folha, na
qual ele sustenta que o governo
compra o apoio de parlamentares do PP e do PL.
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