São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2005

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Demissão evita lama, diz Cesar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Horas antes de ser definida a saída do ministro José Dirceu (Casa Civil) do governo, o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), defendeu essa medida para evitar que a "lama" entrasse no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o pefelista, o presidente passaria a impressão de cumplicidade se fosse omisso em relação às denúncias contra Dirceu, que tem sido bombardeado pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), com denúncias de envolvimento em esquemas de corrupção e com irregularidades no governo.
Uma das principais acusações é a de conivência com o chamado "mensalão", uma mesada de R$ 30 mil que seria paga pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares, a deputados do PL e do PP para que se mantivessem fiéis ao governo durante as votações no Congresso.
"Se o presidente não afasta o ministro, termina passando para a sociedade de que tinha consciência de tudo. A maré de lama não pode entrar no gabinete do presidente, mas já entrou no de Dirceu", afirmou.
Para Maia, cotado pelo PFL para suceder Lula, o presidente tinha de mostrar se ele era "defensor da Constituição ou de um velho amigo e companheiro". O pefelista defendeu a abertura de uma sindicância pelo Executivo para investigar o suposto envolvimento do ministro em irregularidades.
Segundo o prefeito, o PT tem um esquema de raciocínio que justifica e legitima práticas de corrupção. "A lógica é a de que se eu boto dinheiro no bolso não é corrupção, é busca de recursos para a causa. Estamos corrompendo o Poder Legislativo para o bem do povo, para que ele aprove os nossos projetos, que são bons para o povo", afirmou Maia.


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