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NO BRASIL
Ex-presidente diz que petista agora vê como é difícil resolver problemas
FHC afirma que Lula pode muito menos do que pensa
DA REDAÇÃO
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso declarou ontem, em entrevista ao portal Terra, que "Lula vai demorar um
pouco para notar que pode muito
menos do que ele pensa que pode". Segundo ele, "o presidente
Lula está vendo como é difícil resolver muitos problemas".
Na opinião de FHC, "na área
econômica o governo atual está
correspondendo, mas em outras
áreas está deixando a desejar". Ele
considera que "os ministérios
ainda não sabem o que fazer".
O ex-presidente disse, na entrevista ao "Jornal do Terra", que Lula tem "idéias generosas", mas
"pouca ação prática", e comparou
sua experiência antes de assumir
o cargo com a do atual presidente:
"Eu fiz uma espécie de escolinha
de Presidência, porque fui ministro antes de assumir o governo".
Mas afirmou que não pensava
em disputar o cargo: "Eu nunca
pensei em ser presidente". O tucano disse que, em 1993, participou
de articulações para apoiar a candidatura de Lula à Presidência e,
depois, a de Antônio Britto
(PMDB): "Fui a última opção".
Sobre as críticas de Lula aos seus
programas sociais, FHC disse que
"o que tem que fazer é melhorar,
não colocar fogo às vestes". Em
relação ao seu partido, o ex-presidente acha que o PSDB está agindo de forma correta, "sendo a favor do que é bom para o país".
Ele criticou a posição do PT durante sua gestão, acrescentando
que "cabe ao PSDB ajudar o governo a aprovar o que for necessário para resolver questões importantes". Sobre o documento divulgado anteontem pelo partido,
com críticas ao governo Lula, o
ex-presidente sustentou não ter
tomado conhecimento dele por
estar fora do Brasil até ontem.
Em relação às reformas, FHC
declarou que tentou fazer o máximo durante seu governo, mas que
"reforma não é um ato de vontade", mas sim um processo: "Na
minha gestão, demos alguns passos, o Lula vai dar outros, mas não
vai resolver a questão".
Sobre a política externa, FHC
disse que "o Brasil não foi submisso comigo nem é com o Lula",
mas disse ser preciso "entender
que o mundo teve suas margens
de manobras reduzidas no último
ano", com o fortalecimento da hegemonia dos Estados Unidos, que
deixou todos de mãos atadas.
Na entrevista ao "Jornal do Terra", FHC disse que acha que José
Serra deve refletir bastante sobre a
possibilidade de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2004: "Ele
tem muita chance e seria um ótimo candidato". Em relação à sucessão de Lula, em 2006, ele declarou que o partido tem cinco lideranças fortes: Tasso Jereissati, Geraldo Alckmin, Marconi Perillo,
Aécio Neves e José Serra.
Descartou a possibilidade de
voltar a disputar algum cargo:
"Quem já foi presidente tem que
respeitar sua vida, não ficar tentando outra vez. Quero cumprir
minha função de ex-presidente".
O ex-presidente reafirmou que
está criando um instituto com seu
nome, para disponibilizar ao público documentos que reuniu ao
longo de sua gestão na Presidência. O instituto será instalado em
São Paulo. No futuro, o acervo será entregue para a USP. O orçamento do instituto deve girar em
torno de R$ 120 a 150 mil por mês.
FHC revelou ainda ao portal
Terra que está preparando um livro com o título provisório de "A
Arte da Política". Sobre as recordações da sua gestão, declarou:
"Sinto falta da piscina do palácio".
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