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QUESTÃO AGRÁRIA
Em Aruanã (GO), moradores protestam contra índios carajás
Sem-terra invadem fazenda no PA
DA AGÊNCIA FOLHA
A fazenda Cabaceiras, em Marabá (sul do Pará), foi invadida
ontem de madrugada por cerca
de cem sem-terra ligados ao MST,
que usavam camisas amarradas
na cabeça. Foi ateado fogo na sede, nas casas dos empregados e
em um galpão onde eram guardados um trator e alimentos.
De acordo com a superintendente regional da Polícia Civil,
Elizete Cardoso, dois empregados
da fazenda ficaram feridos: Ivan
Cardoso foi ferido à faca na altura
dos rins e Raimundo Frota sofreu
um corte na orelha.
Os sem-terra negam que tenham agredido os funcionários e
provocado o incêndio. Segundo
nota divulgada pela coordenação
do MST, o objetivo da ação foi expulsar supostos pistoleiros que
estariam fazendo ameaças de
morte aos integrantes do movimento. Na fuga, os pistoleiros é
quem teriam ateado fogo nas
construções. Os sem-terra dizem
ter usado foguetes para expulsar
os pistoleiros.
A fazenda Cabaceiras, de cerca
de 11 mil hectares, é um dos focos
de maior tensão da região. Lá estão acampadas 450 famílias (cerca
de 2.000 pessoas) há mais de dois
anos, aguardando o fim do processo de desapropriação.
Protesto
A disputa por uma área ocupada pelos índios carajás no perímetro urbano de Aruanã (GO) mobilizou cerca de 200 pessoas na
manhã de ontem, entre eles muitos alunos de escolas municipais.
Capitaneados pela prefeita, Ana
Paula Gonzaga (PTB), que pretende construir uma estação de
tratamento de esgoto na área, os
moradores protestaram para pedir a retirada de cerca de 75 índios
que estão construindo ocas ali.
A Procuradoria aguarda o relatório da PF para indiciar a prefeita
sob acusação de crime de racismo
no Tribunal Regional Federal. A
prefeita alega que existe uma liminar na Justiça restabelecendo os
antigos registros de propriedade.
(ADRIANA CHAVES e ALESSANDRA KORMANN)
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