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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA
Antério Mânica (PSDB) é suspeito de envolvimento em chacina de fiscais do Trabalho em Minas; defesa vê "retaliação política"
PF prende candidato a prefeito de Unaí
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal prendeu no
início da noite de ontem o candidato a prefeito de Unaí (MG) Antério Mânica (PSDB), irmão de
Norberto, um dos principais produtores de feijão do país, também
preso, por suspeita de envolvimento na chacina de quatro servidores do Ministério do Trabalho,
encontrados mortos em janeiro
na região rural da cidade.
O advogado de Mânica, José
Lindomar Coelho, classificou a
ação como "retaliação política" e
disse que sua prisão foi "inconstitucional". "Ele foi preso porque
tem um carro Marea de cor escura
e porque ligou para o Ministério
do Trabalho no dia do crime, para
saber o que aconteceu. Se for condenar ele, tem que condenar toda
a cidade de Unaí, todo mundo
queria saber sobre o crime."
Desde o início das investigações, a PF procura um carro semelhante ao Marea, também de
cor escura, mas até a conclusão
desta edição, os investigadores
não confirmaram se a prisão se
baseia apenas nos aspectos citados por Coelho. A PF informou
que não comentaria as declarações do advogado e que foi cumprida uma ordem judicial.
Segundo pesquisa Ibope realizada em agosto, o tucano liderava
a disputa pela prefeitura de Unaí
com 60% das intenções de voto,
ante 20% do segundo colocado,
Geraldo Martins Gontijo (PTB).
No início da noite de ontem, Mânica foi transferido por policiais
do COT (Comando de Operações
Táticas) para a carceragem da PF
em Brasília. Ainda não há data
prevista para depoimento.
A prisão foi determinada pelo
juiz Francisco de Assis Betti, da 9ª
vara federal de Minas Gerais. O
pedido foi feito pelo Ministério
Público Federal de Minas.
Ontem, o juiz terminou de ouvir
os suspeitos já presos. Norberto
Mânica foi detido no dia 13 de
agosto, indiciado pela PF como
mandante da morte dos servidores. Norberto também negou ter
envolvimento com o crime.
Os servidores foram mortos no
dia 28 de janeiro em uma estrada
vicinal da área rural de Unaí. Segundo as informações do inquérito, o crime custou R$ 50 mil.
Uma das teses da investigação
indica a criação de um "consórcio" para a morte dos fiscais. Um
grupo de fazendeiros teria se organizado para eliminar os servidores devido às pesadas multas
que vinham aplicando na região.
Como Norberto, Antério também
possui fazenda na região.
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