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OUTRO LADO
Antero acusa juiz de ser do PT
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DA AGÊNCIA FOLHA
Em discurso na tribuna do Senado, o senador Antero Paes de
Barros (PSDB-MT) criticou ontem a decisão da Justiça Federal
em Mato Grosso de autorizar os
mandados de busca e apreensão.
Ele acusou o juiz Julier Sebastião
da Silva de estar criando um fato
político para prejudicar o partido
nas eleições municipais.
"Não é possível que pessoas que
tenham funções relevantes na vida pública exercitem a toga com a
estrela [numa alusão ao símbolo
do PT] sobre ela. Há que se exercitar a toga com isonomia, com independência e com altivez", disse
o senador, que declarou ter sido o
juiz Silva filiado ao Partido dos
Trabalhadores.
Antero chamou de "uma das
maiores violências da recém-democracia" a ordem para os mandados de busca e afirmou que o
PSDB mato-grossense entrará
com representação contra o magistrado na Corregedoria da Justiça Federal.
"É muito provável que o PT não
vá para o segundo turno [em
Cuiabá]. E o único objetivo [das
apreensões] é criar factóides",
afirmou Antero.
O ex-governador Dante de Oliveira, presidente do PSDB em
Mato Grosso, não quis se manifestar sobre o caso.
O juiz federal Julier Sebastião da
Silva rebateu as críticas. "A minha
decisão não retrata nenhuma
questão eleitoral. Os fatos falam
por si só e são gravíssimos. As
transações entre agentes políticos
e factorings de bandidos estão claras. A questão de filiação política é
uma bobagem. Fui filiado ao PT
antes de ser juiz, há dez anos. Não
adianta vir com discurso de chantagem política para tentar desqualificar o juiz", declarou Silva.
O assessor jurídico e tesoureiro
do PSDB, Lourival Ribeiro Filho,
52, disse que não houve ilegalidade na operação do comitê financeiro do partido com a factoring
de João Arcanjo Ribeiro, "tanto
que as contas de campanha [de
2002] foram aprovadas na Justiça
Eleitoral". O mesmo falou o senador Antero Paes de Barros.
Ribeiro disse que informou ao
Tribunal Regional Eleitoral as
operações com a factoring. Segundo ele, o comitê arrecadou para a campanha de Antero R$
2.995.683,63. Desse total, R$
728.822,86 vieram de uma palestra feita para arrecadar dinheiro.
As mesas para o evento foram
vendidas por R$ 10 mil. Algumas
empresas e pessoas físicas deram,
segundo Ribeiro, cheques pré-datados. Para trocar os cheques, o
comitê resolveu usar a factoring,
informou o tesoureiro.
Com relação aos cheques emitidos pela Vip Factoring, de Arcanjo, em nome do comitê do PSDB,
Ribeiro afirmou que essa foi a forma de pagamento utilizada pela
empresa do "comendador".
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