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Polícia Militar do PR prende 15
líderes sem-terra em cinco dias
FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba
A Polícia Militar do Paraná prendeu, em apenas cinco dias, 15 líderes sem terra no Estado, segundo a
Secretaria de Segurança Pública.
A assessoria do secretário Cândido Martins de Oliveira (Segurança
Pública) disse que a ordem é prender todos os líderes sem terra de
acampamentos em que sejam encontradas armas de fogo.
As últimas seis prisões ocorreram ontem, após a Polícia Militar
desocupar a fazenda Conceição
Cruzeiro, no município de Palmas
(sudoeste do Paraná), onde 28 famílias estavam acampadas.
Não houve conflito. Segundo a
secretaria, foram encontrados no
acampamento cinco espingardas e
três revólveres.
Outros cinco sem-terra foram
presos no último sábado, após a
retirada de 22 famílias acampadas
na fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Alvorada do Sul.
Na sexta-feira, outros quatro
sem-terra já haviam sido presos.
Eles torturaram dois fazendeiros e
cinco funcionários da fazenda
Cordilheira, em Jundiaí do Sul.
Roberto Baggio, da liderança do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Paraná, afirmou que há pelo menos outros cinco sem-terra presos no Estado. A Secretaria de Segurança
Pública confirma a prisão de 15.
Para Baggio, as prisões têm cunho político. "As prisões não têm
amparo legal. Existe no Paraná
uma 'caça' aos sem-terra. A reforma agrária no Estado é um pedaço
de cela para cada sem-terra".
Segundo Baggio, 200 líderes sem
terra no Paraná reunidos ontem
na sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) em Curitiba decidiram
resistir às desocupações.
Nos casos em que não seja possível evitar a desocupação, o MST
promete levar para Curitiba as famílias e montar um acampamento
em frente à sede do governo.
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