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DÍVIDA PÚBLICA
Municípios também entrariam em nova regra
Senado e Fazenda negociam prazo de redução de dívidas de Estados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado e a equipe econômica
negociam regra que ampliará o
prazo previsto na legislação para a
redução das dívidas de Estados e
municípios, sem comprometer os
pagamentos de juros à União.
Motivo: o aumento da inflação
provocado pela disparada do dólar em 2002 levou a um crescimento inesperado das dívidas
-cujo valor é corrigido pelo IGP,
índice influenciado pelo câmbio.
Em casos assim, a Lei de Responsabilidade Fiscal autoriza o
Senado a conceder mais tempo
-até quatro quadrimestres-
para o cumprimento das metas.
A negociação começou com um
pedido do governador Geraldo
Alckmin (PSDB-SP), que levou o
senador Romeu Tuma (PFL-SP) a
apresentar um projeto para a troca do indexador da dívida -o
IGP variou 26,4% em 2002, contra, por exemplo, 12,5% do IPCA,
que é base para as metas de inflação seguidas do Banco Central.
Como alternativa, o governo
acena com mais prazo para o
cumprimento dos limites de endividamento. Pela legislação, até
2016 as dívidas dos Estados devem equivaler a, no máximo,
200% da receita anual. Para os
municípios, o teto é de 120%.
Segundo o Tesouro Nacional, a
dívida paulista até o primeiro
quadrimestre do ano, de R$ 93,8
bilhões, equivalia a 222% da receita anual. Pelas regras em vigor, a
dívida terá de ser reduzida na razão de 1/15 ao ano, até 2016.
"Como a bolha inflacionária do
IGP tende a se dissipar, a tendência é a estabilização das dívidas",
diz o senador Aloizio Mercadante
(PT-SP). Ele afirma que o prazo
maior não alterará o ajuste de Estados e cidades.
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