São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PRATO FEITO

Foi o primeiro encontro do presidente com a bancada do PT no Senado desde que assumiu

Lula janta com petistas e critica FHC

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No primeiro encontro com a bancada do PT no Senado desde que foi eleito, o presidente Lula não esqueceu as críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) à sua gestão e, em breve referência durante um jantar, anteontem, tentou desqualificá-las.
De acordo com senadores presentes, Lula disse que FHC estava muito bem no papel de magistrado que tinha feito a transição de governo, mas, quando resolveu voltar à cena, escolheu um momento infeliz, porque as críticas coincidiram com a divulgação do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
Lula afirmou que é um direito da oposição querer antecipar a disputa presidencial de 2006, mas que o governo não transformará 2005 em um ano eleitoral.
O jantar de confraternização aconteceu na casa do líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), e estavam presentes 11 dos 13 senadores petistas. Roberto Saturnino (RJ) e Tião Viana (AC) não compareceram por problemas de saúde.
No encontro, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse a Lula que não vai disputar prévias no PT para ser o candidato à Presidência da República em 2006. O senador contou ao presidente que fez um discurso na tribuna do Senado, um dia após o funeral do economista Celso Furtado, afirmando que gostaria que Lula tivesse ido ao velório.
O presidente justificou sua ausência pelo constrangimento que seria um encontro com o ex-presidente do BNDES Carlos Lessa, recém-demitido. Lula disse que não guarda mágoa por mais de 30 segundos e recebeu do senador um beijo na testa.
A mãe e a tia da líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), fizeram nhoque com bife rolê para o jantar. Elas já conheciam o presidente Lula, que, antes de ser eleito, passou férias em Santa Catarina. Cada convidado ganhou uma garrafa de Steinhäger (um destilado) catarinense.
Apesar do aparente bom humor reinante no jantar da bancada, não faltaram farpas entre os petistas durante e depois do encontro. Provocações e críticas ao comportamento de companheiros, além de mágoas, perpassaram a confraternização.
Ao relatar o jantar, alguns senadores fizeram questão de contar que Lula disse ao líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que ele é "imprescindível" no Senado, sepultando o desejo de Mercadante de tornar-se ministro.


Texto Anterior: Batalha no PMDB provoca disputa entre presidente do STJ e seu filho
Próximo Texto: Congresso: STF suspende reajuste para funcionários
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.