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PRATO FEITO
Foi o primeiro encontro do presidente com a bancada do PT no Senado desde que assumiu
Lula janta com petistas e critica FHC
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No primeiro encontro com a
bancada do PT no Senado desde
que foi eleito, o presidente Lula
não esqueceu as críticas feitas
pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) à sua
gestão e, em breve referência durante um jantar, anteontem, tentou desqualificá-las.
De acordo com senadores presentes, Lula disse que FHC estava muito bem no papel de magistrado que tinha feito a transição de governo, mas, quando resolveu voltar à cena, escolheu
um momento infeliz, porque as
críticas coincidiram com a divulgação do crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto).
Lula afirmou que é um direito
da oposição querer antecipar a
disputa presidencial de 2006,
mas que o governo não transformará 2005 em um ano eleitoral.
O jantar de confraternização
aconteceu na casa do líder do
governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), e estavam presentes 11 dos 13 senadores petistas. Roberto Saturnino (RJ) e
Tião Viana (AC) não compareceram por problemas de saúde.
No encontro, o senador
Eduardo Suplicy (PT-SP) disse a
Lula que não vai disputar prévias no PT para ser o candidato à
Presidência da República em
2006. O senador contou ao presidente que fez um discurso na tribuna do Senado, um dia após o
funeral do economista Celso
Furtado, afirmando que gostaria
que Lula tivesse ido ao velório.
O presidente justificou sua ausência pelo constrangimento
que seria um encontro com o ex-presidente do BNDES Carlos
Lessa, recém-demitido. Lula disse que não guarda mágoa por
mais de 30 segundos e recebeu
do senador um beijo na testa.
A mãe e a tia da líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), fizeram nhoque com bife rolê para o
jantar. Elas já conheciam o presidente Lula, que, antes de ser eleito, passou férias em Santa Catarina. Cada convidado ganhou
uma garrafa de Steinhäger (um
destilado) catarinense.
Apesar do aparente bom humor reinante no jantar da bancada, não faltaram farpas entre
os petistas durante e depois do
encontro. Provocações e críticas
ao comportamento de companheiros, além de mágoas, perpassaram a confraternização.
Ao relatar o jantar, alguns senadores fizeram questão de contar que Lula disse ao líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que ele é "imprescindível" no Senado, sepultando o desejo de Mercadante de
tornar-se ministro.
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