São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SOMBRA NO PLANALTO

Relatório sobre caso é tido como superficial e sem prova contundente contra o ex-assessor do Planalto

Cúpula da PF "rejeita" inquérito de Waldomiro

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Desagradou à cúpula da Polícia Federal e ao Ministério da Justiça a conclusão das investigações sobre Waldomiro Diniz, ex-assessor do Palácio do Planalto flagrado em vídeo pedindo propina. Dois inquéritos foram encaminhados ontem e anteontem pela PF à 10ª e à 12ª varas federais de Brasília.
Após dez meses de investigações, críticas do PT e uma denúncia rejeitada pela Justiça, o relatório foi avaliado como superficial e sem provas contundentes contra Waldomiro, indiciado por tráfico de influência e extorsão. O delegado do caso, Antonio César Fernandes Nunes, é apontado como centralizador pela cúpula da PF.
No inquérito que apurava eventuais irregularidades de Waldomiro no exercício do cargo de subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, não se obteve prova de conduta ilícita. Uma sindicância interna do Planalto apontou irregularidades.
Outro inquérito diz que Waldomiro teria interferido na renegociação de contrato entre a multinacional GTech e a Caixa Econômica Federal pelo gerenciamento do sistema lotérico do país. A diretoria do banco e os executivos da GTech não foram indiciados.
Rogério Buratti, ex-secretário de governo de Antonio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto, e o jornalista Mino Pedrosa foram indiciados por extorsão e falso testemunho, respectivamente.
O inquérito sobre Waldomiro foi aberto em fevereiro, quando veio a público fita de vídeo em que ele pedia propina a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em abril, a investigação foi suspensa, pois o Ministério Público optou por enviá-la à Justiça. O juiz Cloves Barbosa Siqueira, da 10ª Vara Federal em Brasília, rejeitou a denúncia e pediu mais provas.
Os inquéritos vão agora para as mãos do Ministério Público Federal, que decidirá se denuncia Waldomiro, Buratti e Pedrosa nos crimes apontados. A GTech disse ser "vítima de tentativa de extorsão". O advogado de Waldomiro não respondeu às ligações. Pedrosa e Buratti não foram localizados, mas negam envolvimento. Nunes não foi encontrado para falar.


Texto Anterior: Eleição: TSE revoga decisão do TRE-SP e cancela segundo turno no município de Mauá
Próximo Texto: Operação Anaconda: STF nega habeas corpus a juiz
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.