São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

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OPERAÇÃO ANACONDA

Casem Mazloum havia pedido sua exclusão no processo da operação

STF nega habeas corpus a juiz

Daniel Kfouri - 15.dez.2004/Folha Imagem
O juiz federal Casem Mazloum, que teve o pedido de habeas corpus rejeitado ontem pelo STF


FREDERICO VASCONCELOS
RAFAEL CARIELLO
A REPORTAGEM LOCAL

O Supremo Tribunal Federal negou ontem o recurso impetrado pelo juiz federal Casem Mazloum, que pediu para ser excluído da ação por formação de quadrilha da Operação Anaconda. O mesmo recurso havia sido concedido ao irmão de Casem, Ali Mazloum na terça.
O órgão considerou a denúncia contra Ali inconsistente. Ontem, porém, o ministro do STF Gilmar Mendes disse que o julgamento só poderia ser estendido ao irmão se eles estivessem em situação idêntica, mas entendeu que essa igualdade de condições não ficou provada.
A fase final de julgamento do primeiro processo criminal da Operação Anaconda começou às 15h de ontem, no Tribunal Regional Federal, em São Paulo, com a leitura do voto da desembargadora Therezinha Cazerta.
O Órgão Especial do TRF-3, formado por 16 desembargadores mais antigos, julga a ação penal por formação de quadrilha, em que são réus os juízes federais João Carlos da Rocha Mattos e Casem Mazloum, três delegados da Polícia Federal, além de empresários e advogados.
Até o encerramento desta edição, não havia sido anunciado o resultado do julgamento. A sessão é secreta. Por volta das 19h, alguns advogados falaram da possibilidade de uma sentença condenatória coletiva.
"Se a relatora for coerente com toda a condução do processo, obviamente que ela vai proferir um voto condenatório. Para todos", disse Daniela Pellin, que defende Rocha Mattos.
Laertes de Macedo Torrens, que defende Affonso Passarelli Filho, concorda. "Pelo modo como a relatora está amarrando a prova, tenho a impressão de que pode existir uma sentença condenatória." Para ele, pelo menos quatro devem ser condenados: o juiz Rocha Mattos, sua ex-mulher, Norma Regina Emílio Cunha, e os policiais César Herman e José Augusto Bellini.
Wilson Martins, que defende Jorge Luiz Bezerra da Silva, "com certeza vão condenar todo mundo. A apresentação da relatora está induzindo todo mundo a uma condenação".


Colaboraram LILIAN CHRISTOFOLETTI, da Reportagem Local, e a Sucursal de Brasília


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