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Presidente da CPI do Banestado ataca relator
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da CPI do Banestado, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), comparou ontem o relator da comissão, deputado José Mentor (PT-SP), a Joseph Goebbels, o ideólogo da propaganda nazista segundo o qual
"uma mentira dita cem vezes torna-se verdade".
"O relator é um seguidor de
Goebbels. Ele mente tanto e faz
força para acreditar nas mentiras
que conta. Espero que o relatório
[final da CPI] não esteja tão pinóquio quanto o que ele apresentou", disse Antero, depois de se
reunir com o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda.
Antero entregou a Lacerda documentos sigilosos relacionados a
operações financeiras em bancos
situados nos Estados Unidos que
estão sendo investigados por suposta lavagem de dinheiro.
Antero disparou os ataques
quando questionado sobre por
que a CPI demorara pelo menos
quatro meses para enviar a seu
destino uma carta rogatória, que
permitiria à comissão interrogar
João Arcanjo Ribeiro. Arcanjo está preso no Uruguai e é acusado
de ser um dos mandantes do crime organizado em Mato Grosso.
O contador de Arcanjo, Luiz
Dondo Gonçalves, também preso, disse em depoimento que o
seu ex-chefe teria contribuído para financiar a campanha do próprio Antero. O senador nega.
Na terça-feira, ao entregar o relatório de 742 páginas (e mais 771
de anexos), o relator disse que a
investigação da CPI sobre práticas
criminosas de Arcanjo foi prejudicada porque houve atraso no
envio da carta rogatória, atribuição do presidente da comissão.
Os ataques trocados entre governo e oposição -somados à
proposta de indiciamento do ex-diretor do Banco Central Gustavo
Franco, por facilitação à evasão de
divisas- tornam mais incerto o
cronograma da CPI. O prazo para
enviar sugestões ao relator é domingo. Até ontem à tarde, nenhuma proposta havia sido encaminhada à secretaria da comissão.
Os tucanos, que têm um relatório paralelo, não aceitam a idéia
de ter a proposta de indiciamento
de Franco nas conclusões da CPI.
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