|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAMPO MINADO
Crime ocorreu ontem
MST promete vingar lavrador morto no PE
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Um lavrador ligado ao MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) foi baleado em
um engenho, em São José da Coroa Grande (a 145 km de Recife,
PE), e morreu ontem na capital,
onde estava hospitalizado. Os
sem-terra prometeram destruir a
propriedade para vingar o crime.
A vítima, Josuel Fernandes da
Silva, foi morto supostamente por
um funcionário do engenho
Manguinhos, propriedade reivindicada pelo movimento para desapropriação e reforma agrária.
Silva foi atacado na madrugada
de anteontem ao sair de sua casa
localizada dentro da área. Filho de
um dos líderes do MST na região,
ele teria sido espancado antes de
ser baleado no abdome.
Levado a Recife, o lavrador
-que chegou a trabalhar no engenho- foi submetido a uma cirurgia. Após a operação, o promotor agrário do Estado, José Edson Guerra, conversou com ele.
Silva, segundo Guerra, disse que
conhecia o agressor havia pelo
menos três anos.
O promotor não revelou o nome do acusado, mas a Folha apurou que ele se chama Marcos e
trabalha no engenho como segurança. Guerra foi à região, acompanhado de representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e do
Ministério Público Estadual.
No local, conversou com os
sem-terra e realizou uma busca
na propriedade, com policiais militares e civis. O suposto criminoso não foi encontrado.
A notícia da morte do trabalhador rural provocou revolta entre
os integrantes do MST que participam de um congresso em Recife. Reunidos em assembléia, eles
decidiram vingar o crime.
"Não vai sobrar uma telha da
casa grande", disse o líder estadual e coordenador nacional do
movimento, Jaime Amorim. "Vamos quebrar tudo, porque já havíamos denunciado a presença de
jagunços e nada foi feito."
Texto Anterior: Prefeita ainda teme extinção de Uiramutã Próximo Texto: Contas públicas: STF suspende reajuste dado aos servidores do Congresso Índice
|