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São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 2003

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Ex-assessor afirma que Garotinho lhe telefonou

DA SUCURSAL DO RIO

O ex-subsecretário-adjunto de Administração Tributária Rodrigo Silveirinha Corrêa, suspeito de comandar um esquema de corrupção durante a administração Anthony Garotinho (1999-abril 2002), disse ontem que o ex-governador tinha "liberdade e autoridade" para lhe telefonar "quando quisesse".
Em entrevista, por escrito, à rádio "CBN", Silveirinha afirmou que Garotinho havia telefonado no último dia 7, três dias antes do escândalo vir a público, pedindo explicações.
"Não fui eu que liguei para ele [Garotinho". Foi ele que telefonou para minha casa, cerca de 22h30 de terça-feira, 7 de janeiro. [Isso" demonstra que ele tinha liberdade e autoridade para telefonar para minha casa quando quisesse", afirmou Silveirinha.
Em entrevista publicada ontem pela Folha, ele disse que não era próximo do ex-governador nem era amigo da família. "A relação entre mim e o ex-governador sempre foi de ordem técnico-profissional. Às vezes em que estive reunido com o ex-governador foi para tratar de assuntos na esfera de minha competência. Não mantinha contatos frequentes nem era amigo da família", afirmou.
A assessoria de imprensa de Garotinho informou que ele não comentaria o assunto.
Silveirinha, três fiscais de renda do Estado e quatro auditores federais são suspeitos de enviar ilegalmente US$ 36 milhões para um banco na Suíça, dos quais US$ 9,6 milhões pertenceriam ao ex-subsecretário.
Na entrevista, Silveirinha disse que pode estar servindo de bode expiatório de um possível esquema de extorsão e desvio de dinheiro público na Secretaria de Fazenda.
"Até porque, a julgar pelo linchamento a que estou sendo submetido (ainda nem sequer fui chamado a depor e já estão me considerando culpado...), temo sofrer a crucificação moral que atingiu, por exemplo, os proprietários da Escola Base há alguns anos, em São Paulo."
O fiscal disse que ainda não pensa em entrar com uma ação contra o ex-governador que o chamou de "bandido".
Ele voltou a negar que tenha conta na Suíça. "Continuo sem saber quem abriu essa conta (se é que ela existe mesmo) em meu nome, sem meu conhecimento e com uma soma de dinheiro que nunca tive", afirmou.


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