São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2001

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SÃO PAULO

Segundo pesquisadores, mudança foi motivada por efeitos do Plano Real e melhora de índices de escolaridade

Estado ficou mais rico e menos desigual

DA REPORTAGEM LOCAL

O Estado de São Paulo ficou mais rico e menos desigual entre 1992 e 1997, segundo análise comparativa feita para a Assembléia Legislativa pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). Há dois motivos principais, segundo os pesquisadores: os efeitos do Plano Real a partir de 1994 e a melhora dos índices de escolaridade.
Segundo o indicador de riqueza criado pelo Seade, apenas 12 dos 625 municípios existentes em 1992 empobreceram.
Na educação, a variação negativa ocorreu em apenas seis casos. Houve avanços substanciais em todos os níveis pesquisados, da alfabetização ao ensino médio, tamanhos de cidades e regiões do Estado.
O avanço em longevidade não acompanhou esse ritmo. Entre 1992 e 1997, 212 municípios pioraram de situação. O levantamento aponta como responsáveis a violência nas regiões metropolitanas e o avanço dos casos de Aids.
O trabalho, que resultou na criação do IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social), mostra que em 1992 haviam 186 municípios pobres e com indicadores ruins de educação e saúde. Em 1997, sobraram apenas 94 cidades nessa situação.
Na outra ponta, o número de cidades ricas e desenvolvidas pulou de 14 para 84. Entre as que melhoram nos anos 90 está São Paulo.
Nos comparativos de indicadores de riqueza, a maior transformação ocorreu na região do Pontal do Paranapanema.
No grupo das cidades "saudáveis" (pobres, mas com desenvolvimento social acima da média) o salto também foi impressionante. Eram 79 e passaram a ser 254 (39% das cidades do Estado).
"O desenvolvimento de São Paulo ficou mais homogêneo. Não há mais uma pirâmide com poucas cidades ricas na ponta e uma gigantesca base de cidades com índices fracos", disse o diretor-executivo da Fundação Seade, Flavio Fava de Moraes.
Uma das novidades do levantamento foi a descoberta a existência de um "corredor de desenvolvimento" ao longo das rodovias Dutra (principalmente entre São Paulo e Taubaté) e Anhaguera (da capital até Ribeirão Preto).
Os pesquisadores estão investigando o que causou a melhora de índices nesse pólo, mas Fava tem uma tese tecnológica.
"Não é por acaso que é ao longo desse corredor que estão as principais universidades do Estado, como a USP, a Unicamp, o ITA, entre outras", argumentou.
(SB e TT)


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