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AGENDA PETISTA
Oposição acusa presidente de abandonar discurso recente do PT e incorporar política do governo anterior
Lula "psicografou FHC", afirma líder do PSDB
LUCIANA CONSTANTINO
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líderes da oposição ao governo
afirmaram que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em sua primeira visita oficial ao Congresso,
abandonou o discurso que o PT
adotava até o ano passado e incorporou as linhas gerais da política
econômica defendida por Fernando Henrique Cardoso.
De acordo com Arthur Virgílio
(AM), líder do PSDB no Senado,
Lula "psicografou FHC de Paris",
onde o ex-presidente está passando uma temporada depois que
deixou o governo.
"O Lula compreendeu, depois
de terem negado a reforma e isso
ter causado um prejuízo de US$
130 bilhões ao país, a importância
disso. Atrasadamente, eles concordaram. Antes tarde do que
nunca", afirmou o senador tucano, que foi líder do governo FHC
na Câmara.
Segundo Virgílio, o PT foi, na legislatura passada, o principal empecilho às reformas. "Basicamente, as suas palavras [de Lula" são
as nossas de alguns anos atrás",
afirmou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). "Acho que, se o
presidente Lula está falando nossa
linguagem, isso é ótimo."
O senador Romero Jucá (PSDB-RR) reforçou a teoria, dizendo
que o governo levou ao Congresso um protocolo de intenções que
mostra "uma mudança" nas posições defendidas pelo PT em nome
da governabilidade. "A guerra
não pode ser desculpa para justificar o que precisa ser feito", disse.
Já o deputado federal José Carlos Aleluia, líder do PFL na Câmara, cobrou propostas concretas do
governo: "Depois de 48 dias de
governo, não temos nada concreto para as reformas. Queremos
contribuir, mas, para isso, precisamos de propostas concretas".
Já o líder pefelista no Senado,
José Agripino (RN), disse que o
partido vai cobrar coerência do
governo. Para ele, as reformas não
aconteceram até agora por culpa
do partido do presidente.
Os líderes do governo e do PT
elogiaram a ida de Lula ao Congresso, afirmando que o gesto demonstraria a importância que o
presidente dá ao Legislativo. Segundo eles, a posição de austeridade adotada no momento é fruto da possibilidade de ataque dos
Estados Unidos ao Iraque.
Minutos depois de o presidente
afirmar, em discurso, que o aperto orçamentário durará o "tempo
necessário", o ministro-chefe da
Casa Civil, José Dirceu, procurou
dar um contraponto à idéia, dizendo que "austeridade não é incompatível com crescimento".
Segundo o ministro, "o governo
não vai deixar em segundo plano
ou descuidar dos projetos sociais
e da necessidade do país de fazer
investimento".
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