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DINHEIRO SUSPEITO
Para procurador, origem de remessas ao país pode ser ilegal
Suíça já bloqueou R$ 134 mi em contas do Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral federal da
Suíça, Valentin Roschacher, disse
ontem que estão bloqueados no
país cerca de 50 milhões de francos suíços vindos do Brasil e de
origem supostamente ilegal. O valor equivale a R$ 134 milhões.
Ele deu essa declaração após
reunião com o procurador-geral
da República, Geraldo Brindeiro,
em que eles discutiram os termos
de um acordo de colaboração e
troca de informações para o combate a crimes internacionais, como remessa ilegal para o exterior
e lavagem de dinheiro.
O procurador suíço afirmou
que não poderia dar detalhes sobre o dinheiro brasileiro bloqueado no país nem o nome dos titulares das contas bancárias porque a
origem desses recursos é o objeto
de investigações que correm em
segredo de Justiça.
A maior parte da verba é de contas bancárias do chamado caso
Silveirinha, o subsecretário de
Administração Tributária do Rio
de Janeiro na gestão de Anthony
Garotinho: US$ 33,4 milhões, que
equivalem a R$ 120 milhões.
Rodrigo Silveirinha Corrêa é
suspeito de ter liderado um esquema de lavagem de dinheiro e
remessa ilegal para o exterior. A
apuração foi iniciada pelo procurador federal na Suíça Brent Holtkamp no ano passado.
Roschacher disse que o recurso
do caso Silveirinha ficará bloqueado o tempo que for preciso
para que a Justiça brasileira conclua o processo contra o ex-subsecretário e os outros envolvidos,
entre auditores da Receita Federal
e fiscais de renda do Rio.
"Não há razão para temer que
demore anos para que esse dinheiro volte a seu verdadeiro dono, porque isso depende apenas
da velocidade do processo no Brasil", afirmou o procurador.
Brindeiro reforçou a necessidade de que haja sentença condenatória definitiva para que o processo seja finalizado.
Também estão sob investigação
em razão de contas na Suíça o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto e o
senador cassado Luiz Estevão,
acusados de desvio de recursos da
obra do Tribunal Regional do
Trabalho de São Paulo.
Todos os envolvidos negam que
tenham conta fora do país.
Pelo lado brasileiro, estavam
presentes no encontro o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o presidente do Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Marcos Caramuru, entre outros.
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