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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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DINHEIRO SUSPEITO

Para procurador, origem de remessas ao país pode ser ilegal

Suíça já bloqueou R$ 134 mi em contas do Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador-geral federal da Suíça, Valentin Roschacher, disse ontem que estão bloqueados no país cerca de 50 milhões de francos suíços vindos do Brasil e de origem supostamente ilegal. O valor equivale a R$ 134 milhões.
Ele deu essa declaração após reunião com o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, em que eles discutiram os termos de um acordo de colaboração e troca de informações para o combate a crimes internacionais, como remessa ilegal para o exterior e lavagem de dinheiro.
O procurador suíço afirmou que não poderia dar detalhes sobre o dinheiro brasileiro bloqueado no país nem o nome dos titulares das contas bancárias porque a origem desses recursos é o objeto de investigações que correm em segredo de Justiça.
A maior parte da verba é de contas bancárias do chamado caso Silveirinha, o subsecretário de Administração Tributária do Rio de Janeiro na gestão de Anthony Garotinho: US$ 33,4 milhões, que equivalem a R$ 120 milhões.
Rodrigo Silveirinha Corrêa é suspeito de ter liderado um esquema de lavagem de dinheiro e remessa ilegal para o exterior. A apuração foi iniciada pelo procurador federal na Suíça Brent Holtkamp no ano passado.
Roschacher disse que o recurso do caso Silveirinha ficará bloqueado o tempo que for preciso para que a Justiça brasileira conclua o processo contra o ex-subsecretário e os outros envolvidos, entre auditores da Receita Federal e fiscais de renda do Rio.
"Não há razão para temer que demore anos para que esse dinheiro volte a seu verdadeiro dono, porque isso depende apenas da velocidade do processo no Brasil", afirmou o procurador.
Brindeiro reforçou a necessidade de que haja sentença condenatória definitiva para que o processo seja finalizado.
Também estão sob investigação em razão de contas na Suíça o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto e o senador cassado Luiz Estevão, acusados de desvio de recursos da obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
Todos os envolvidos negam que tenham conta fora do país.
Pelo lado brasileiro, estavam presentes no encontro o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Marcos Caramuru, entre outros.


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