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DESGASTE PETISTA
Governo quer superar ataques a Fome Zero com o programa, destinado a jovens, que será lançado em 1º de maio
Primeiro Emprego tentará abafar críticas
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal pretende dar
visibilidade ao programa Primeiro Emprego, destinado a jovens
com idade entre 16 e 24 anos, para
abafar as críticas que foram feitas
ao Fome Zero.
A estratégia do Ministério do
Trabalho é lançar oficialmente o
programa no dia 1º de maio, Dia
do Trabalho, durante evento popular previsto inicialmente para
ocorrer na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O ministro do Trabalho, Jaques
Wagner, deve apresentar amanhã
ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva detalhes do programa, que
foi uma das principais bandeiras
durante a campanha eleitoral do
governo petista.
A apresentação ocorrerá durante a reunião ministerial, uma vez
que nove ministérios do governo
Lula estão engajados nesse programa.
Programa piloto
No encontro, a idéia é definir,
por exemplo, se devem ser implementados programas pilotos em
cinco regiões do país ou se o Primeiro Emprego vai sair do papel
em caráter definitivo nas principais capitais e cidades.
Uma dessas regiões deverá ser
Salvador (BA). Motivo: a taxa média de desemprego na região metropolitana de Salvador foi de
26,9% da PEA (População Economicamente Ativa), segundo pesquisa do Dieese em janeiro. É
uma das taxas de desemprego
mais altas do país.
O Ministério do Trabalho tem
como meta beneficiar neste ano
cerca de 500 mil jovens.
No país, existem cerca de 3,7
milhões de jovens desempregados na faixa entre 15 e 24 anos, de
acordo com pesquisa divulgada
em 2001 pelo IBGE.
O governo pretende dar aos jovens, segundo a Folha apurou,
pelo menos quatro diferentes opções. Eles poderão receber bolsa
estudo para continuar na escola,
conseguir uma ocupação na iniciativa privada, atuar como agente comunitário em ações dos governo federal, estadual ou municipal, ou ter acesso a programas
de microcrédito para montar seu
próprio negócio.
No caso da iniciativa privada, o
governo pretende dar incentivos
às empresas que contratarem jovens. Uma das idéias em estudo é
a concessão de um crédito fiscal
de R$ 200 para cada jovem contratado pelo valor de até dois salários mínimos. Também está em
estudo a proposta de oferecer
mais incentivos às empresas que
empregarem jovens portadores
de deficiência.
Para evitar que o emprego do filho cause o desemprego do pai, o
ministério quer que as empresas
que aderirem ao programa assumam compromisso de não demitir por um determinado período.
Inicialmente, esse período seria
de seis meses.
Outra preocupação do programa é aumentar a escolaridade dos
jovens -teriam de comprovar
não só a matrícula na rede de ensino, mas informar periodicamente sua frequência escolar.
O governo também deve utilizar
a estrutura já existente no país,
como os cerca de 1.800 postos de
atendimento do Sine (Sistema
Nacional de Emprego) e das
DRTs (Delegacias Regionais do
Trabalho), para fazer a qualificação dos jovens para o mercado de
trabalho.
O Primeiro Emprego terá como
fonte de financiamento recursos
da União -inicialmente estão
previstos R$ 20 milhões-, verbas
do FAT (Fundo de Amparo ao
Trabalhador), do Banco Mundial
e do BID (Banco Interamericano
de Desenvolvimento), além da renúncia fiscal.
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