São Paulo, Quinta-feira, 18 de Março de 1999
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ESTATAL
Maria Sílvia Bastos Marques é a mais cotada para o cargo, que está vago há 13 dias
Economista deve comandar Petrobrás

da Sucursal de Brasília

A economista Maria Sílvia Bastos Marques deverá ser a nova presidente da Petrobrás. Seu nome é o mais forte da lista para o comando da maior estatal brasileira e o mais importante cargo do segundo escalão do governo, vago há 13 dias.
Diretora-superintendente da Companhia Siderúrgica Nacional, Maria Sílvia reuniu-se anteontem com o ministro de Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, ao qual a Petrobrás está subordinada.
Os dois têm em comum o fato de serem filiados ao PFL, o maior partido da base governista.
A indicação só deverá ser anunciada na próxima quarta-feira, data da assembléia extraordinária da empresa e da assembléia de acionistas.
Até lá, o governo espera concluir a votação da emenda constitucional que garante a cobrança da CPMF (imposto do cheque) com alíquota de 0,38%, um dos pilares do ajuste fiscal negociado com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Nos últimos dias, o presidente vem trabalhando com uma lista de cinco nomes.
Apesar da filiação partidária, o que mais pesaria no currículo da economista seria o perfil técnico.
Durante o primeiro mandato no Planalto, FHC convidou Maria Sílvia para ser ministra da Saúde e do Trabalho.
No início do segundo mandato, seu nome também foi cotado para assumir o Ministério do Desenvolvimento e a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), do qual já foi diretora.
O substituto de Joel Rennó, que pediu demissão no último dia 5, terá como tarefa reformar a Petrobrás e prepará-la para uma possível privatização no final do mandato de FHC.
A transição já será acompanhada por uma reforma no estatuto da empresa.
A principal mudança será o fortalecimento do conselho de administração, por meio do qual o governo acompanhará com mais rigor as decisões tomadas pela diretoria executiva da Petrobrás.
O novo estatuto também autorizará que estrangeiros comprem ações ordinárias (com direito a voto) da estatal.
A venda de ações que excedam o limite mínimo necessário para a União manter o controle acionário da Petrobrás está prevista para ocorrer até o final do ano.
O ministro Rodolpho Tourinho foi indicado presidente do conselho de administração.
O futuro ministro do Orçamento, Pedro Parente, também fará parte do conselho.
(MARTA SALOMON e VALDO CRUZ)


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