São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

"World power"

No enunciado da AP, por Google, sites de jornais, por todo lado, o dia todo: "Brasil em boom pode virar potência mundial logo" (world power soon). Abrindo o texto, "a economia em boom está mudando para quinta marcha" (overdrive). A arrecadação é bastante "para irrigar o deserto", "a dívida externa se foi". Mais parecia editorial, por parte da agência americana.

 
Tem mais, no editorial da nova "Economist": "Uma superpotência econômica, e agora petróleo também". Aconselha cuidado com as mudanças que as reservas podem trazer. Em longa reportagem, saúda como o país "ficou sem graça" (dull), sem crises econômicas e políticas. "Os brasileiros esperam nervosos para ver o que o mundo reserva para sua frágil economia, mas já fizeram um bocado para tornar seu país mais forte", destaca. Encerrando, após citar corrupção e pobreza: "E mesmo assim, comparando com o Brasil de antes, a sensação é que esta é uma idade de ouro" (golden age).

MUITO GRANDE
No G1, portal de notícias da Globo, o presidente da Petrobras reafirmou que a avaliação do campo Carioca demora dois, três meses. De qualquer maneira, na manchete do site, "Área tem potencial muito grande, afirma Petrobras".

E VAI MUDAR
Edison Lobão, ministro, ecoou na TV e mundo afora ao confirmar que, sim, "Brasil estuda mudança na legislação de petróleo para contratos futuros". A Reuters descreve como "parte da tendência global de nacionalismo de recursos".

JUROS E A MASSAGEM
No blog de Lauro Jardim, "a avaliação no Banco Central é que, até agora, a reação contra a alta dos juros foi menor que a esperada". Guido Mantega nada falou. E Lula, em vídeo nos portais, canais de notícias e até escaladas de TV, fez piada do aumento, que teria causado seu "torcicolo".
Tutty Vasques acrescentou depois, em piada na home de "O Estado de S. Paulo, que o torcicolo é só "estratégia" -e que "o próximo passo seria pedir a Raul Jungmann o celular daquela massagista que aceita cartão corporativo".

FOME E OS RICOS
newstatesman.com
As capas da "Economist" e da "New Statesman" foram para a inflação global dos alimentos, que a primeira revista chamou de "A nova face da fome", avisando que "os países ricos devem enfrentar o problema tão seriamente quanto a crise de crédito", e a segunda destacou sob o enunciado "Como os ricos levaram o mundo à fome".
Sobre os biocombustíveis, a "Economist" tratou de sublinhar que o problema está nos "subsídios no mundo rico", EUA e Europa, inclusive "restrições de comércio". Já a esquerdista "New Statesman" ressaltou que nem O Brasil escapa da responsabilidade.

UM QUEPE
O "Jornal Nacional" voltou aos velhos tempos e destacou discurso de general no Clube Militar, com ministro do regime militar na platéia, contra uma decisão de governo eleito. No dizer do site Vi o Mundo, de Luiz Carlos Azenha, é que o jornal "não resiste a um quepe". O jornalista teme "crise militar em gestação".

CHAMADO MASSACRE
O mesmo "JN", ontem no aniversário de Eldorado do Carajás, tratou o episódio como "o chamado massacre".
Já na manchete da Reuters Brasil, o MST ampliou ações no "aniversário do massacre de Eldorado do Carajás". E logo abaixo, "Aumenta a concentração de terra na América Latina, diz a FAO", da ONU.

AGÊNCIA VS. AGÊNCIA
A Reuters virou ontem Thomson Reuters e seu novo presidente, em entrevista, fala em concorrer com Google, Microsoft. Mas o foco imediato é a agência Dow Jones, agora de Rupert Murdoch -que acaba de entrar também para o conselho da agência Associated Press, AP, no que o Huffington Post noticiou como "Lá se vai o jornalismo".


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@ - Nelson de Sá



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