São Paulo, Domingo, 18 de Abril de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SISTEMA FINANCEIRO
Controlador do Marka estava na Itália
Cacciola volta e diz que vai à PF amanhã

da Sucursal do Rio


O dono do Banco Marka, Salvatore Alberto Cacciola, chegou ontem pela manhã ao Rio e voltou a negar envolvimento em um esquema de compra de informações privilegiadas do Banco Central. Ele confirmou que vai prestar depoimento à Polícia Federal amanhã sobre o caso da ajuda do BC ao Marka após a desvalorização do real, em janeiro.
O banqueiro chegou de Milão, na Itália, e foi recebido no aeroporto por seu advogado José Fragoso Pires. Cacciola viajou na semana passada, antes de ser intimado a depor na PF sobre acusações de que teria um informante no BC.
O executivo acusou a revista "Veja", que publicou a acusação, de estar inventando as informações que desencadearam a abertura do processo pelo Ministério Público. Cacciola disse que os documentos estão à disposição das autoridades.
"Me coloco à disposição do presidente da República, do presidente do Senado, da CPI , da Polícia Federal, do Ministério Público, de quem quiser", disse Cacciola, antes de deixar o aeroporto.
Ele reafirmou que a operação de remessa de R$ 17 milhões ao exterior no dia da quebra do Marka foi legal e obedeceu às normas do BC.
O executivo seguiu para seu apartamento na Barra da Tijuca, zona sul do Rio, e, até o fechamento desta edição, não quis falar com a imprensa no local.
O procurador da República no Rio Artur Gueiros viaja hoje para Brasília para acompanhar de perto os trabalhos da CPI .Outra missão de Gueiros é definir no Ministério Público se as investigações serão coordenadas pela procuradoria do Rio ou da capital federal.
O procurador acompanhou as operações de busca e apreensão nos bancos Marka e FonteCindam e nas casas de Cacciola, do ex-presidente do BC Francisco Lopes e do presidente do FonteCindam, Luiz Antônio Andrade Gonçalves.
Ele criticou as ações da PF, realizadas na quinta e na sexta. "Acho um absurdo, uma total arbitrariedade. Esse é o problema do Brasil."
Cacciola também ironizou o fato de a PF ter divulgado que encontrou uma escopeta em sua casa. "Tenho a maior curiosidade em descobrir quem colocou aquela escopeta lá. Estava fora do Brasil e não tenho a menor noção de que arma é essa. Não encontraram cocaína, não? Pergunte se encontraram cocaína, talvez tenham encontrado também", afirmou.


Colaborou a Reportagem Local LEIA MAIS sobre o caso na pág. 1-12

Texto Anterior: Celso Pinto: Quem deve regular o mercado?
Próximo Texto: Fiscais são acusados de corrupção em MT
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.