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Vita acusa Nicéa de falsificar anotações em agenda
DA REPORTAGEM LOCAL
O vereador Brasil Vita (PPB)
acusou ontem a ex-primeira-dama Nicéa Pitta de ter falsificado as
anotações da agenda que provariam que o prefeito Celso Pitta
(PTN) pagou propina a parlamentares paulistanos. A agenda
foi requisitada ontem pelo Ministério Público de São Paulo.
Promotores que já investigam
as denúncias feitas por Nicéa devem pedir que um exame grafotécnico determine se as anotações
suspeitas são ou não de Pitta.
Antes de o original da agenda
ser requisitado pelo Ministério
Público, vereadores da comissão
que analisa as denúncias contra o
prefeito também cogitavam pedir
o exame das anotações. Eles ficaram com cópias de todas as páginas da agenda.
Vita, fiel defensor de Pitta na
Câmara Municipal, disse ter mostrado uma cópia de uma das páginas da agenda ao prefeito ontem.
Antes mesmo de Nicéa terminar seu depoimento na Câmara, o
parlamentar distribuiu cópias de
uma página da agenda a jornalistas e apresentou as explicações
que teria recebido de Pitta.
O parlamentar afirmou que ouviu do prefeito que apenas parte
das anotações são dele.
"O prefeito me disse que dois
nomes e os números que aparecem ao lado de uma lista de vereadores e ex-vereadores não foram
escritos por ele", disse Vita.
Essa anotação aparece em uma
página da agenda em que são relacionados os nomes de Nelo Rodolfo, Armando Mellão, José Índio, Mário Dias, Maeli Vergniano
e do próprio Vita.
A relação aparece em uma coluna da agenda com supostos compromissos de Pitta no dia 21 de
novembro de 1997.
Para o vereador Vita, há diferenças visíveis no tipo da letra no
trecho em que esses nomes são relacionados. "Não há prova nenhuma. Ela (Nicéa) inventou. Só
pode ter inventado."
"Coloco desde já as minhas contas à disposição", disse ontem o
presidente da Câmara, Armando
Mellão (PMDB), sobre o fato de
seu nome aparecer ao lado de números que representariam a suposta propina que teria recebido.
Mellão também disse não acreditar na autenticidade das anotações que a ex-primeira-dama diz
ser de Pitta. "Se ela for autêntica, o
prefeito foi leviano", disse.
A Folha procurou os vereadores
Antônio Goulart (PMDB) e Mário
Dias (PPB) para comentar a acusação. Eles não foram encontrados ontem pela reportagem.
O deputado estadual cassado
Hanna Garib (expulso do PPB)
afirmou que também pretende
abrir processos civis e criminais
contra sua acusadora. Segundo
Nicéa, uma das anotações revelaria que Garib teria recebido R$ 110
mil como suposto suborno.
""Isso é uma bela de uma mentira. Foi plantado. Pitta nunca pagou a ninguém e essa relação de
nomes pode ter sido adulterada.
Por que ela mostrou isso só agora?
Espero que haja exame grafotécnico e que o prefeito se explique."
O deputado federal Nelo Rodolfo (PMDB-SP) disse que a anotação referente a seu nome não foi
feita pelo prefeito. "Essa agenda é
uma farsa e não resiste a qualquer
tipo de exame grafotécnico." O
deputado afirmou que não recebeu dinheiro de Pitta.
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