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Relator descarta
reconvocar Lopes
da Sucursal de Brasília
O relator da CPI dos Bancos, senador João Alberto (PMDB-MA),
afirmou ontem que o ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes não será convocado novamente a depor antes da conclusão do
relatório preliminar sobre a ajuda
aos bancos Marka e FonteCindam.
O relatório será apresentado à comissão no dia 30 deste mês.
"Não é necessário mais ouvi-lo
no momento. Ele já disse tudo o
que tinha a dizer. E o depoimento
dele à Polícia Federal não bate nada com nada", disse João Alberto.
O vice-presidente da CPI, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), concorda com a avaliação do
relator.
"Só depois de fechado o relatório
parcial é que vamos ouvi-lo. Vamos chamá-lo no momento em
que nós quisermos, e não no momento em que ele quiser", disse.
O presidente da CPI, senador Bello Parga (PFL-MA), que reassumiu o cargo ontem, afirmou que,
se fosse reconvocado agora, Lopes
"viria quase como vitorioso".
"Ele não responderia nada, porque conseguiu aquele habeas corpus no Supremo", disse Bello Parga, que estava internado no Incor,
em São Paulo.
Termo de compromisso
Lopes depôs à CPI no dia 26 de
abril. Negando-se a assinar termo
de compromisso como testemunha, acabou sendo preso.
O ex-presidente do BC só foi liberado às 23h30 do mesmo dia, após
pagar fiança de R$ 300. Dias depois, obteve habeas corpus do STF
(Supremo Tribunal Federal) que
lhe assegurava o direito de não responder questões que eventualmente pudessem lhe incriminar.
Arruda afirmou que o relatório
parcial terá quatro pontos básicos.
"A CPI vai caracterizar o ato imperfeito, indicar os responsáveis,
buscar o ressarcimento dos recursos e sugerir alterações na legislação para evitar que fatos como esse
se repitam."
O vice-presidente disse que, até o
momento, a CPI não conseguiu
"algo objetivo" sobre informação
privilegiada. "Há indícios de uso
de relações interpessoais que podem ter gerado tráfico de influência", afirmou Arruda.
O senador Eduardo Siqueira
Campos (PFL-TO) disse que há
consenso na CPI de que a ajuda aos
dois bancos foi "imprópria". Mas
acrescentou: "Não cabe à CPI dizer
se esse ato foi ilegal. Isso cabe ao
Ministério Público".
Na quinta-feira, os senadores vão
entrar em outro dos temas que originaram a criação da CPI.
Receita Federal
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, vai prestar esclarecimentos à CPI sobre um estudo
que demonstra que grandes empresas estariam usando brechas na
legislação para sonegar impostos.
Nesta semana, os senadores vão
cruzar as informações obtidas com
a quebra dos sigilos bancário e telefônico das pessoas e empresas investigadas.
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