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JUSTIÇA
Novo presidente, Carlos Velloso, negou a Collor três pedidos de suspensão de impeachment
Posse no Supremo reúne FHC, Collor e Itamar
da Sucursal de Brasília
A posse do novo presidente do
STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Velloso, no próximo
dia 27, deverá ser marcada por
constrangimento em razão das
presenças dos ex-presidentes
Fernando Collor e Itamar Franco. Ontem, Velloso convidou
pessoalmente o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Quatro anos e cinco meses depois de ser absolvido em processo criminal em que foi acusado
de corrupção passiva, Collor foi
formalmente convidado para a
cerimônia por indicação de seu
primo e ministro do STF, Marco
Aurélio de Mello, que assumirá a
vice-presidência do tribunal.
Itamar Franco recebeu convite
na condição de governador de
Minas Gerais e trava disputa judicial com FHC desde que decretou a moratória da dívida do Estado com a União, na primeira
semana no cargo, no início de janeiro deste ano.
Impeachment
Outra razão de constrangimento é que Velloso, nomeado por
Collor para o cargo de ministro
do STF em 1990, negou-lhe em
seguida três pedidos de suspensão do processo de impeachment. Em dezembro de 1994, foi
um dos que votaram pela condenação. O ex-presidente foi absolvido por falta de provas do crime.
O STF convidou cerca de 1.400
pessoas, entre parlamentares federais, juízes de outros tribunais,
advogados e amigos de Velloso e
Marco Aurélio.
Velloso substituirá Celso de
Mello e exercerá o cargo por dois
anos. Diferentemente de seu antecessor, ele assumirá a função
com o compromisso de lutar por
reivindicações da magistratura,
como a imediata adoção do teto
salarial de R$ 12.720, que provocará aumento em cascata no Judiciário.
Em almoço ontem com FHC,
no Palácio da Alvorada, para
convidá-lo, o futuro presidente
sugeriu novo encontro, logo após
a posse, para reabrir essa negociação, suspensa há seis meses.
Dois dias antes de deixar o cargo, Celso de Mello será homenageado pelos presidentes do Senado, Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), e da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), que entregarão a Ordem do Mérito Nacional.
Ele negou que o gesto tenha caráter político.
(SILVANA DE FREITAS)
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