São Paulo, Terça-feira, 18 de Maio de 1999
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JUSTIÇA
Novo presidente, Carlos Velloso, negou a Collor três pedidos de suspensão de impeachment
Posse no Supremo reúne FHC, Collor e Itamar

da Sucursal de Brasília

A posse do novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Velloso, no próximo dia 27, deverá ser marcada por constrangimento em razão das presenças dos ex-presidentes Fernando Collor e Itamar Franco. Ontem, Velloso convidou pessoalmente o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Quatro anos e cinco meses depois de ser absolvido em processo criminal em que foi acusado de corrupção passiva, Collor foi formalmente convidado para a cerimônia por indicação de seu primo e ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, que assumirá a vice-presidência do tribunal.
Itamar Franco recebeu convite na condição de governador de Minas Gerais e trava disputa judicial com FHC desde que decretou a moratória da dívida do Estado com a União, na primeira semana no cargo, no início de janeiro deste ano.

Impeachment
Outra razão de constrangimento é que Velloso, nomeado por Collor para o cargo de ministro do STF em 1990, negou-lhe em seguida três pedidos de suspensão do processo de impeachment. Em dezembro de 1994, foi um dos que votaram pela condenação. O ex-presidente foi absolvido por falta de provas do crime.
O STF convidou cerca de 1.400 pessoas, entre parlamentares federais, juízes de outros tribunais, advogados e amigos de Velloso e Marco Aurélio.
Velloso substituirá Celso de Mello e exercerá o cargo por dois anos. Diferentemente de seu antecessor, ele assumirá a função com o compromisso de lutar por reivindicações da magistratura, como a imediata adoção do teto salarial de R$ 12.720, que provocará aumento em cascata no Judiciário.
Em almoço ontem com FHC, no Palácio da Alvorada, para convidá-lo, o futuro presidente sugeriu novo encontro, logo após a posse, para reabrir essa negociação, suspensa há seis meses.
Dois dias antes de deixar o cargo, Celso de Mello será homenageado pelos presidentes do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que entregarão a Ordem do Mérito Nacional. Ele negou que o gesto tenha caráter político.
(SILVANA DE FREITAS)


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