|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELECOMUNICAÇÕES Programa havia sido implantado pela Telesp em 94, que o parou em 98 devido aos custos; hoje há indefinição sobre responsável
Celular em áreas rurais é suspenso em SP
PATRÍCIA ANDRADE
da Reportagem Local
O Ruralcel de São Paulo, programa cuja finalidade era instalar telefones celulares nas áreas rurais do
Estado, está suspenso há mais de
um ano e até hoje não foi reativado
por causa de indefinições sobre
quem seria responsável pela operação do sistema: a Telefônica ou a
Telesp Celular.
No final de abril do ano passado,
o Ruralcel foi paralisado pela antiga Telebrás com a justificativa de
que era um sistema muito oneroso
e de que seria necessário esperar a
privatização das teles para definir
quem ficaria com a responsabilidade de tocar o programa.
Aconteceu a privatização em julho, houve a cisão da antiga Telesp,
mas as incertezas permaneceram.
Por entendimento da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), a Telefônica, que ficou
com o controle da telefonia fixa no
Estado de São Paulo, teria de gerenciar o plano, cabendo à Telesp
Celular dar acesso ao sistema,
transmitindo o sinal.
Mesmo assim, o programa não
foi reativado. Um dos principais
problemas diz respeito às tarifas.
Enquanto o Ruralcel funcionou, as
taxas eram subsidiadas pelo Estado. O minuto da ligação de uma linha do Ruralcel custa R$ 0,10, contra R$ 0,37 de um celular normal. A
tarifa básica mensal do celular é de
R$ 37,70; a do Ruralcel, de R$ 16.
Na última quinta-feira, durante
depoimento do presidente da Telefônica no Brasil, Fernando Xavier
Ferreira, à CPI da Assembléia Legislativa de São Paulo que investiga
a atuação da empresa, houve um
avanço nessa questão. A empresa
informou que estava em entendimento com a Telesp Celular para
trazer de volta o Ruralcel.
O programa foi criado em 1994,
mas tomou impulso em 1996,
quando o governo estadual assinou convênio com a antiga Telesp
para instalar 200 mil terminais nas
áreas rurais de São Paulo até 1998.
Durante sua vigência, o programa só conseguiu instalar 22 mil linhas. Com a suspensão, pequenas
e médias empresas que faziam instalação e manutenção técnica do
serviço foram, aos poucos, fechando as portas. De 100 empresas, sobreviveram aproximadamente 30.
Cerca de 4.000 funcionários foram
dispensados.
"Esse programa tem um forte
componente social. Leva comunicação aos produtores, escolas, delegacias e postos de saúde rurais.
Vamos ver se, com a promessa da
Telefônica, ele é reativado", disse o
presidente da CPI, deputado estadual Edson Aparecido (PSDB).
O engenheiro José Celso Alberti,
dono de uma das empresas que
atuam na instalação dessas linhas
no meio rural, afirma que durante
todos esses meses os empresários
do setor e os produtores rurais tentaram inúmeras vezes obter respostas sobre o futuro do programa
tanto na Telefônica como na Anatel. "A Anatel nos dizia que era um
problema a ser resolvido entre as
concessionárias", afirmou.
Em ofício enviado ao senador
Eduardo Suplicy (PT-SP), em fevereiro último, a Anatel informou
que estava orientando as prestadoras do serviço telefônico fixo a elaborar um plano alternativo para
atender o segmento em questão.
Disse também que havia liberado
a tecnologia WLL (Wireless Local
Loop) para atendimento de localidades com menos de 50 mil habitantes. Essa tecnologia, segundo a
agência, seria uma solução de menor custo para o usuário, mas ainda não há empresas de telefonia
operando com ela no Brasil.
As chamadas empresas-espelho,
que vão entrar no mercado para
concorrer com a Telefônica até o
final do ano, devem utilizar essa
tecnologia.
Texto Anterior: Rumo a 2002: PFL faz críticas a Mendonça de Barros Próximo Texto: Turismo oficial: Padilha usou jato da FAB para ir a ilha Índice
|