NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Os telejornais mostraram ontem o senador Bello Parga abraçado a José Roberto Arruda. O primeiro, encerrado o caso Marka/FonteCindam, retomou o cargo de presidente da CPI.
No registro da Globo News, "estava de licença por problemas médicos". Estava, mas é uma coincidência algo cômica que volte quando a investigação é dada por encerrada, na voz oficial.
Sem depoimento de Pedro Malan e, sobretudo, de Francisco Lopes. Aquele, que Parga mandou prender.
O senador volta para entregar o "relatório parcial", semana que vem, sem mais. No dizer de Boris Casoy, desanimado na retomada do velho bordão, na Record:
- É uma vergonha.

Em São Paulo, não vai melhor o escândalo local. Ontem, o SPTV transmitiu direto da CPI da "máfia da propina", dizendo que a comissão está dividida sobre chamar Celso Pitta para depor.
Depende do relator, aquele que também comanda uma regional.
Mais importante, talvez: está prevista para hoje a definição sobre seguir com o processo de impeachment de Pitta. Para o telejornal, a situação mudou muito, depois do trabalho do prefeito junto aos vereadores no final de semana.

O espetáculo na televisão, como se sabe, já é outro: a eleição presidencial, daqui a três anos e meio.
ACM segue cavando seu eleitorado em São Paulo, com a ajuda das Globos. Ontem dizia, do nada:
- Eu tenho um compromisso com o Brasil, tomado em São Paulo: não voto nenhum imposto mais. Nenhum.
O detalhe do compromisso "tomado em São Paulo" está agora em cada entrevista do senador baiano.
Nada de CPI do Judiciário, CPI dos Bancos, CPI da "máfia da propina".

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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