São Paulo, Terça-feira, 18 de Maio de 1999
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VIOLÊNCIA
Brasileiro foi sequestrado sábado
Brasil pede ajuda ao governo russo

Associated Press
Tomas Emanuel Cruz, filho do enfermeiro seqüestrado na Rússia



da Sucursal de Brasília

O governo brasileiro solicitou ontem às autoridades russas o empenho em localizar o enfermeiro brasileiro Geraldo Cruz Pires Ribeiro, sequestrado sábado pela manhã no sul da Rússia.
Ribeiro trabalha na Cruz Vermelha e foi sequestrado na cidade de Nalchick (região próxima à Tchetchênia), ao sair de uma escola local, onde dava um curso de primeiros socorros.
Ontem, segundo o Itamaraty, a embaixadora brasileira na Rússia, Theresa Quintela, esteve no Ministério de Negócios Estrangeiros, em Moscou, para cobrar a atenção russa ao caso.
O pedido foi feito também pelo embaixador da Nova Zelândia, já que Ribeiro possui nacionalidade neozelandesa. A Cruz Vermelha no Brasil permanecia ontem sem novas informações sobre o caso.
A sede da entidade na Rússia cuida das negociações. A Cruz Vermelha suspendeu suas atividades na área do sequestro até a libertação do enfermeiro.
Em toda a região próxima da fronteira tchetchena há alta incidência de crimes violentos e sequestros. Após uma guerra civil separatista contra o governo central russo, a área tornou-se de alto risco.
Rebeldes que perderam o ""emprego" com o cessar-fogo com os russos e criminosos comuns costumam financiam suas atividades com sequestros, especialmente de estrangeiros.
A Cruz Vermelha já afirmou que, se houver um pedido de resgate, ele não será aceito. Isso porque, no entendimento da entidade, um pagamento só estimularia outras ações semelhantes.
Sérgio Pinha, cunhado de Ribeiro, afirmou que espera novidades depois da pressão feita pelo governo brasileiro.
Natural de Juiz de Fora (MG), o enfermeiro saiu do Brasil nos anos 70, durante o regime militar. Ele participava de movimentos políticos na Universidade Federal de Minas Gerais, onde cursou Economia.
Ribeiro é possivelmente o último exilado político ainda fora do país. Segundo sua família, ele foi primeiro para o Chile e, depois, mudou-se para a Nova Zelândia.


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