|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / ALIANÇAS
Serra recua e nega ter associado PT ao PCC
Na semana passada, candidato tucano disse que havia motivação política nos atentados promovidos pela facção criminosa
Mercadante, durante
almoço com empresários,
diz que não vai fazer acordo
com PSDB para abrandar o
tom de críticas à segurança
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra,
recuou ontem e disse que não
associou o PT aos atentados
promovidos pelo PCC no Estado. Na quinta-feira passada, ao
ser questionado se concordava
com as insinuações do presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), de que há um elo entre a facção criminosa PCC e o
PT, o tucano afirmou:
"Basta você olhar os manifestos do crime organizado, o que
eles dizem sobre a política, coisas que se diz que eles [criminosos] dizem, inclusive nas gravações. É fato que uma das cooperativas de perueiros em São
Paulo é ligada ao ex-secretário
de transportes de São Paulo
[Jilmar Tatto, durante a administração de Marta Suplicy].
Chegou-se, inclusive, a ser pedida a prisão dele. Há ligações
notórias com esse pessoal".
Ontem, Serra negou que tivesse relacionado o PT ao crime organizado. "Eu não disse
que era o PT. Eu só disse que
achava estranho o que estava
acontecendo", afirmou. O tucano também disse que a troca de
ataques não era a melhor maneira de lidar com o problema.
"Não se pode fazer disso [a crise
de segurança] um jogo eleitoral. Mas quem começou esse jogo foram eles [o PT]."
Em campanha em Franco da
Rocha e Francisco Morato
(Grande SP), Serra destoou do
tom do candidato do PSDB à
Presidência, Geraldo Alckmin,
que na semana passada disse
que o Planalto discrimina Estados que não fazem parte de sua
base aliada na liberação de recursos. "Ele acha que o dinheiro é do PT. É uma confusão entre partido e governo. Quem
não é de seu grupo ele persegue", disse Alckmin, na sexta.
Questionado se o atraso de
obras de infra-estrutura no Estado era culpa do governo federal, Serra afirmou que o envio
de recursos depende do projeto
e que, enquanto foi prefeito de
São Paulo, não sofreu perseguição política do Planalto.
Mercadante
O candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, disse que não fará acordo com o PSDB para arrefecer o
tom das críticas à segurança
pública. "O único acordo que
vai tirar esse tema da minha
pauta é no dia em que a população paulista estiver vivendo numa cultura de paz", afirmou.
Mercadante incluiu no seu
discurso a possibilidade de acabar com o CDHU. A justificativa seria o custo operacional,
cerca de R$ 200 milhões, frente
ao investimento anual de R$
600 milhões a R$ 700 milhões
-números dos empresários do
setor. A idéia seria a criação de
uma agência de financiamento
de moradias. "Vamos continuar discutindo, mas tem que
criar um novo instrumento ou
passar por uma reestruturação
profunda", afirmou.
A assessoria da CDHU informou que não havia ninguém
ontem para falar com a reportagem, mas que o custeio previsto para este ano é R$ 167 milhões, num orçamento de R$
998 milhões. A companhia não
deu detalhes dos números.
(LEANDRO BEGUOCI E ROGÉRIO PAGNAN)
Texto Anterior: Jânio de Freitas: Antes do estopim Próximo Texto: "Vamos manter o Bolsa-Família", diz Alckmin Índice
|