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JANIO DE FREITAS
As distorções interessadas
Se bem me lembro, entre os
deveres fundamentais de presidente está o de prestar ao povo
informações, o que implica veracidade, sobre o estado do país e as
situações relevantes. A cada
evento-comício, porém, Lula tem
difundido explicações deliberadamente inverdadeiras sobre a
crise, como fez ontem ao ligar a
turbulência política à ação, por
parte de "não poucos", dos "que
querem jogar a corrupção para
dentro do palácio".
Vá lá que não aponte a origem
da crise no seu palácio, onde vicejaram planos e práticas resultantes na corrupção parcialmente
descoberta. Mas entre o silêncio e
o que Lula tem dito é como passar do permitido para o condenável.
Hoje seria o caso, em vista do
que disse a representantes da CPI
dos Correios o doleiro Toninho
da Barcelona, de algumas observações sobre os problemas de ouvir pessoas já por princípio inconfiáveis e, ainda por cima, interessadas em mentir para tirar proveitos.
Mesmo quando não dispensáveis, esses depoimentos em geral
lançam suspeitas injustas para
muitos dos citados e perturbadoras para a investigação, pelos desvios e pelo tempo que demandam.
Mas se o próprio presidente da
República ocupa-se de desinformar, deformar, confundir e inconscientizar, também para obter proveitos, tornam-se despropositadas quaisquer observações
sobre depoimentos de condenados e outros mentirosos. Afinal,
dizem, o exemplo vem de cima.
Roteiro
O discurso do senador José Sarney, com uma série de sugestões
para pontos de reforma necessária, não teve nos jornais e TVs o
destaque merecido pelo trabalho
mais pensado e sério em muitos
anos do Congresso. Mas está destinado a balizar muitas reflexões,
dentro e fora do Congresso, e decisões parlamentares.
Bis
A direção do PT, informou "O
Globo", vai ser orientada pela assessoria Trevisan Associados na
recomposição da vida financeira
do partido. Não ficou claro se a
assessoria inclui, como fez para a
empresa do Lula filho, a colaboração financeira e muito desinteressada da Telemar, por intermédio da Trevisan.
Já que a primeira intermediação foi dada como natural e ética,
aplicá-la de novo seria a solução
mais lógica -por vários motivos- para o PT.
Sem valor
Aqui citado para desfazer ligeira confusão de grafia entre o seu e
o nome do deputado Paulo Pimenta, o ex-governador paranaense Roberto Pimentel rejeitou
a possibilidade de tratar-se dele,
na menção à semelhante notoriedade por motivos lamentáveis.
Como os deputados das CPIs dizem a cada fala, "não fiz juízo de
valor", a respeito do segundo
Paulo. Apenas fiz referência ao
noticiário da sua época de notoriedade, sem o dar por justo ou
não.
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