São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2005

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Familiares ligam modelo morta a malas de dinheiro

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Familiares da modelo Cristiana Aparecida Fernandes, morta em agosto de 2000, afirmaram ontem, em depoimento ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais, que ela costumava transportar malas de dinheiro de Belo Horizonte a São Paulo e Brasília.
O promotor Francisco de Assis Santiago, que presidiu o inquérito sobre a morte, suspeita que Cristiana participasse de um esquema de caixa dois para políticos mineiros na eleição de 1998. Santiago disse que enviará os depoimentos ao promotor-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, e pedir a quebra de sigilo bancário da modelo.
"A família trouxe [informações] sobre o comportamento e a vida dela. Ela vivia deste expediente, de fazer o transporte de valises e malas para determinados políticos", disse o promotor. Ontem foram ouvidos seus irmãos e sua mãe.
Na semana passada, o publicitário Marcos Valério disse à CPI do Mensalão que repassou dinheiro a campanhas eleitorais de políticos que apoiaram a campanha de Eduardo Azeredo, em 1998. Azeredo nega conhecer o esquema.
O advogado da família tentará identificar um preso que, em 2002, enviou uma carta dizendo ter informações sobre a morte. O promotor disse que, se o autor da carta for localizado, será ouvido.


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