São Paulo, terça, 18 de agosto de 1998

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FHC chega a 42% e Lula a 26%


Tucano aumenta de 12 para 16 pontos a diferença sobre petista e vê crescer suas chances de vencer no 1º turno


JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local

O presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chega ao início do horário eleitoral gratuito com a necessidade de apenas manter sua posição na sucessão presidencial. Se a eleição fosse hoje, ele teria grandes chances de ser reeleito ainda no 1º turno. É o que mostra pesquisa nacional Datafolha realizada entre 12 e 14 de agosto. Foram realizadas 10.289 entrevistas em todas as unidades da Federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Pelo levantamento, FHC tem 42% das intenções de voto, contra 38% de todos os seus adversários somados. O restante vem dos que pretendem anular o voto ou votar em branco (9%) e dos indecisos (9%). Para um candidato ganhar a eleição no 1º turno ele precisa ter metade mais um dos votos válidos em algum presidenciável. No caso, 40% mais um voto. Considerando-se a margem de erro, FHC estaria no limite estatístico da vitória. Em comparação com a pesquisa de 8 e 9 de julho, aumentou de 12 para 16 pontos percentuais a diferença entre o presidente e o segundo colocado. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilou de 28% para 26%, enquanto o tucano foi de 40% para 42%. Ciro Gomes (PPS) e Enéas Carneiro (Prona) continuam com os mesmos percentuais de intenção de voto de há um mês: 7% e 4%, respectivamente. João de Deus (PT do B) tem 1%. Os demais presidenciáveis não atingiram 1%. Outros fatores mostram um quadro favorável a FHC. O percentual de eleitores volúveis -aqueles que têm um candidato, mas admitem mudar o voto- está em queda: era 40% em junho, foi para 37% em julho e agora chegou a 33%. Isso mostra que o eleitorado está se definindo mesmo antes do início do horário eleitoral. E a definição está favorecendo o tucano: só 26% dos eleitores de FHC admitem mudar o voto, contra 33% dos de Lula, 46% dos de Ciro, e 49% dos de Enéas. Em outras palavras, a persistir esse quadro, é mais provável os adversários perderem votos para o tucano do que o contrário. À medida que aumenta a vantagem de Fernando Henrique e o eleitorado se define, cresce também a expectativa de vitória do presidente: 64% dos pesquisados acreditam que ele será reeleito. Essa taxa era de 59% em julho. Mesmo entre os eleitores de Lula, 45% crêem na vitória de FHC, contra apenas 39% que acreditam na eleição do petista. O aumento da vantagem de Fernando Henrique sobre seus adversários reflete a melhora da posição do tucano em vários segmentos. No Sudeste, sua dianteira sobre Lula cresceu de 12 para 16 pontos percentuais. No Sul, onde o petista tinha 36% contra 34% do tucano em julho, o presidente saltou para 42%, enquanto Lula caiu para 30%. A vantagem do tucano cresceu também nos municípios até 50 mil habitantes. Na divisão do eleitorado por faixas de renda, FHC foi de 39% para 42% entre os eleitores que ganham até 10 salários mínimos. Lula caiu três pontos, chegando a 26% nesse segmento. Movimento semelhante ocorreu entre os eleitores que estudaram só até o 1º grau: o tucano passou de 40% para 43%, enquanto Lula caiu de 28% para 24%. A pesquisa mostra também que as mudanças ocorridas no último mês na disputa presidencial se processaram mais entre os homens do que entre as mulheres. O percentual do tucano no eleitorado masculino subiu de 42% para 45%, e o de Lula caiu de 32% para 29%. Entre as mulheres, FHC segue com 39%, enquanto Lula oscilou de 24% para 23%. Os percentuais de intenção de voto espontâneo permanecem nos mesmos níveis: FHC tem 24%, Lula passou de 15% para 14%, Ciro segue com 2%, e Enéas, com 1%. A rejeição também está inalterada: 37% dos eleitores não votariam em Enéas de jeito nenhum, 33% rejeitam Lula, 21% não votam em FHC, e 18% rejeitam Ciro. A simulação do 2º turno feita pelo Datafolha mostra também uma ampliação da vantagem do presidente. Em agosto ele chega a 54% das intenções de voto, contra 36% do petista. Em julho o resultado foi de 51% a 38%.



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