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SUCESSÃO PRESIDENCIAL
O petista se queixa ao presidente do TSE da forma
como os meios de comunicação tratam os candidatos
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Lula Marques/Folha Imagem
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O presidente do TSE, Ilmar Galvão, conversa com o candidato petista Lula durante encontro na sede do tribunal em Brasília
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Lula pede
controle
da Justiça
na mídia
da Sucursal de Brasília
O candidato do PT à Presidência
da República, Luiz Inácio Lula da
Silva, entregou ontem ao presidente do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), ministro Ilmar Galvão,
carta na qual reclama da diferença
de espaço dada aos candidatos pelos meios de comunicação.
Segundo levantamento feito pelo
partido, do dia 1º ao dia 10 de
agosto, os telejornais dedicaram
5min41s do tempo do noticiário a
Ciro Gomes, 17min48s a Lula,
45min10s a Fernando Henrique
Cardoso e 2h19min5s ao governo.
"Nós entendemos que a Justiça
tem de ter um acompanhamento
porque a situação é muito grave,
para nós é muito delicada. Como
disse o José Dirceu (presidente nacional do partido) ontem, o processo democrático corre o risco de
ficar conturbado", disse Lula.
O partido entregou a Galvão
uma petição com pedido de liminar (decisão provisória) para que
o TSE determine que os Tribunais
Regionais Eleitorais façam a checagem de eleitores mortos inscritos e de duplicidade de títulos eleitorais emitidos. A iniciativa partiu
após publicação de reportagem da
Folha mostrando que há mais de 6
milhões de eleitores fantasmas.
"Se nós calcularmos como foi o
resultado da eleição de 89, 3 milhões e tantos mil votos de diferença entre Lula e Collor, e calcularmos por que não houve segundo
turno em 94, nós vamos ver que 6
milhões de eleitores podem mudar
totalmente o resultado da eleição", disse José Dirceu.
Na carta a Galvão, Lula também
se refere a reportagens sobre acusações de irregularidades na venda
de um Omega que pertencia a ele e
à compra de um apartamento.
"O caráter unilateral, insidioso
e difamatório de matérias surgidas
na imprensa escrita, rádio e TV
nos últimos dias dificilmente poderá ser neutralizado através dos
instrumentos judiciais correntes", disse Lula em sua carta.
O partido protocolou no TSE
três pedidos de resposta na Rede
Bandeirantes pelas três reportagens que a emissora veiculou sobre o assunto. O ministro Garcia
Vieira é o relator do caso.
O PT também processará a Bandeirantes cível e criminalmente.
Entrará na Justiça com uma ação
de reparação de danos morais e
uma por crime contra a honra.
"Não vamos tolerar o que estão
fazendo com Lula", disse José
Dirceu. O presidente do partido
disse que não irá distribuir para a
imprensa os documentos que provam a lisura da operação de venda
do Omega de Lula, porque "o
ônus da prova tem de ser de quem
acusa, não de quem é acusado".
Conforme documentação do Detran, Lula vendeu seu carro para a
concessionária Baralt, segunda
maior financiadora de sua campanha do PT em 94 (ver texto abaixo). Lula disse que a venda foi para
seu compadre Roberto Teixeira, o
que explicaria o depósito de um
cheque de R$ 10 mil em sua conta.
Durante a entrevista, Dirceu disse que o partido estava "esperando a Folha retificar o que publicou", antes de pedir direito de
resposta ao jornal. "Vamos esperar até amanhã (hoje) porque o
Detran está dizendo que vai fornecer uma certidão. Na hora que o
Detran fornecer a certidão, vamos
ver se ela se digna a retificar. Do
contrário, nós também vamos pedir direito de resposta", declarou.
Depois, Dirceu disse que o partido não irá processar a Folha.
"Achamos que ela agiu de boa-fé.
Ela foi ao Detran e encontrou um
resultado. Nós estamos esperando
a certidão do Detran. Só lamentamos que a Folha, depois que mostramos onde está o erro do Detran, não tenha reconhecido e tenha insistido na versão dela."
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