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MÍDIA
No mesmo período, crescimento populacional atingiu apenas 8%, diz publicitário em congresso no Rio
Venda de jornais cresce 33% em 5 anos
do enviado especial ao Rio
A circulação dos jornais diários
cresceu 33% entre 1993 e 1997. O
percentual foi divulgado ontem,
no Rio, pelo publicitário Julio Ribeiro, presidente da Talent Comunicação, e toma por base levantamento do IVC (Instituto de
Verificação de Circulação).
O aumento registrado na circulação paga diária, de 2,7 milhões
para 3,6 milhões de exemplares, é
bem superior ao crescimento demográfico no mesmo período,
que ficou em 8%.
Ribeiro foi um dos convidados
da ANJ (Associação Brasileira de
Jornais), que ontem encerrou
dois dias de trabalhos do Congresso Brasileiro de Jornais. Ele
participou do painel sobre o aumento da rentabilidade da mídia,
presidido por Francisco Mesquita
Neto, de "O Estado de S. Paulo".
O fato de os jornais venderem
mais, argumentou Ribeiro, deve-se certamente ao fato de terem se
tornado mais competitivos e interessantes para o leitor.
Essa tendência é inversa à registrada nos EUA, de acordo com
outro palestrante, Edward Graves, da NAA (Associação Americana de Jornais). Ele disse que,
nos últimos dez anos, a circulação
dos jornais nos EUA caiu em média 1% ao ano. Aquele país, afirmou, tem 1.489 jornais diários.
Conseguem crescer e resistem à
tendência de queda os diários que
trazem enfoques mais criativos e
têm equipes mais coesas.
Outro debate, sobre a circulação
paga dos jornais na estratégia das
empresas jornalísticas, foi presidido por Luís Frias, presidente da
Empresa Folha da Manhã S.A.,
que edita a Folha.
Em breve intervenção, ele alertou para dispositivo do projeto do
Executivo, encaminhado ao Congresso, sobre o Sistema Nacional
dos Correios. O texto, em sua versão inicial ainda não modificada,
na prática concebe a distribuição
de jornais e revistas como atividade postal, sujeita a registro e controle dos poderes públicos.
"É uma extraordinária ameaça
à liberdade de imprensa, ou então
uma piada de mau gosto", afirmou Luís Frias.
O encontro também discutiu
convergências e divergências entre os jornais e seus leitores. Um
exemplo: uma criança morre afogada, e seus pais pedem que o jornal da cidade não publique a notícia, já que ela configuraria -argumentam- uma invasão de
privacidade. O episódio é fictício,
mas constou de pesquisa submetida a jornalistas e a leitores.
Por expressiva maioria, os jornalistas disseram que em tal circunstância publicariam a reportagem do afogamento, enquanto os
leitores, também de forma esmagadora, disseram que respeitariam o pedido da família.
O episódio foi relatado por William Corbin, do jornal norte-americano "The Daily Press", do
Estado de Virgínia (EUA). Corbin
constatou haver um descompasso entre jornalistas e seu público.
O último dos debates, com mesa presidida por João Roberto
Marinho, das Organizações Globo, discutiu maneiras de atender
às necessidades dos leitores. O
grande perigo para o jornalista é
"a sua própria arrogância", afirmou Merval Pereira, diretor de
jornalismo de "O Globo".
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