São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2004

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Vazamento será apurado, diz Sarney

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), considerou ontem o vazamento de informações sobre operações bancárias em poder da CPI do Banestado, inclusive de familiares do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), "um dos casos mais graves" ocorridos no Congresso brasileiro. Ele afirmou que vai convocar a Mesa Diretora do Senado para investigar o incidente e tomar providências.
"Eu considero esse caso um dos mais graves ocorridos no Congresso brasileiro. Até porque nosso regimento pune como falta de decoro e tem penas severas contra aqueles senadores que violam o sigilo de documentos que lhes são entregues. Eles não podem divulgá-los. Vou convocar a Mesa do Senado na próxima semana ou logo que possa para tomarmos uma providência efetiva e dura contra isso", declarou o senador.
A CPI tem sido palco de uma guerra entre governistas e a oposição, com vazamento de informações. "Temos de procurar saber como ocorreu esse vazamento e para que ele está sendo utilizado", disse Sarney, referindo-se à divulgação de um CD-ROM com 534 mil operações feitas por doleiros no MTB Bank, de Nova York, em nome de brasileiros que movimentaram US$ 17 bilhões de 1997 a 2003. Tasso acusa setores do governo de terem montado um banco de dados a partir da CPI.
Os protagonistas da crise são o presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e o relator, deputado José Mentor (PT-SP), aliado do ministro José Dirceu (Casa Civil). Antero e Mentor empurram um para o outro a responsabilidade pelas irregularidades. Segundo Sarney, se ficar provado o envolvimento de algum senador no vazamento, ele será levado para o Conselho de Ética, estando sujeito a perder o mandato. (FERNANDA KRAKOVICS)


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