São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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SÃO PAULO

Segundo debate entre candidatos ao governo, na Record, diversifica temas e sofre contaminação da disputa presidencial

Alckmin ataca gestões do PT; Genoino, FHC

LUIZ CAVERSAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A tensão e o enfrentamento estiveram pouco presentes no debate realizado ontem entre os dois candidatos ao governo do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e José Genoino (PT).
O encontro foi realizado à noite e transmitido ao vivo pela Rede Record, com mediação do jornalista Boris Casoy.
Como já havia acontecido anteontem, em debate na Rede Bandeirantes, os partidos dos concorrentes, assim como as administrações do PT e do PSDB, foram alvos de críticas de parte a parte, sem, contudo, que ocorressem provocações sérias ou acirramentos, nem mesmo em temas como a segurança pública.
Em mais de uma oportunidade, Genoino procurou vincular o governo de Alckmin ao de Fernando Henrique Cardoso, que "está há oito anos no poder" e "é mal avaliado em São Paulo", assim como o governador atacou as gestões do PT, sobretudo a do Rio Grande do Sul e a de São Paulo, e o candidato Lula, que "foge dos debates".
Alckmin aproveitou a condição de parlamentar de Genoino para afirmar: "Ele é deputado há 20 anos aprovou apenas um projeto. Também votou contra a lei de responsabilidade fiscal".
O petista respondeu relembrando sua trajetória na Câmara, citando diversas comissões e audiências de que participou.
Afirmou que "o PT é favorável à responsabilidade fiscal, mas com responsabilidade social".
Os candidatos também voltaram a falar de desemprego, com o petista apontando o crescimento dos números. "O desemprego praticamente dobrou no seu governo", disse Genoino.
Alckmin retrucou ainda com números: U$ 24 bilhões de dólares recebidos como investimentos nos últimos 7,5 anos. Falou também da crise internacional, da "fragilidade interna" e do apoio que, segundo ele, seu governo pretende dar a microempresas e ao agronegócio.
Genoino reeditou a expressão que usara na Bandeirantes, afirmando que Alckmin cria "um Estado na sua cabeça", que não existiria na vida real. "Emprego é coisa concreta", afirmou ele.
Repetindo o que já dissera no dia anterior, Alckmin também rebateu: "Esse Estado existe sim e é a locomotiva do Brasil".
Em suas intervenções, Boris Casoy questionou Alckmin sobre os números de empregos que seriam criados pelos candidatos à Presidência, inclusive os de José Serra, e Genoino sobre o fato de o PT, na cidade de São Paulo, não conseguir realizar concorrências públicas para a construção de escolas.
O petista falou outra vez em "toque de recolher" supostamente imposto por criminosos, o que foi contestado pelo governador, afirmando que a polícia é que estava agindo firmemente. Em sua réplica, Genoino afirmou que "as pessoas estão com medo, estão sendo assaltadas".
Como já fizera sobre esse assunto, o governador afirmou que "onde o PT é governo, a situação é catastrófica", citando o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro.
Em momento de um pouco mais de incitação, Genoino questionou o lisura do processo de concessão de rodovias, que foi defendido pelo governador. Ele acusou o PT de, no Rio Grande do Sul, ter aumentado o preço dos pedágios e também refutou "insinuações", afirmando: "O governo de São Paulo é 100% honesto".


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