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O MARQUETEIRO
Duda vê erro em análise de suas movimentações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O publicitário Duda Mendonça
informou ontem, por meio de seu
advogado, Tales Castelo Branco,
que houve um "equívoco" de técnicos da CPI dos Correios na leitura de extratos das contas de sua
empresa de publicidade.
Segundo reportagem de ontem
do jornal "O Estado de S.Paulo",
as contas da empresa de Duda registraram depósitos de R$ 2,2 milhões em espécie de 2000 a 2005. O
advogado Castelo Branco diz que
as operações apresentadas nos extratos como "depósito em dinheiro" seriam compensações de cheques emitidos pela empresa.
O advogado disse que falou ontem pela manhã com Duda, com
sua sócia, Zilmar Fernandes, e
com os responsáveis pela contabilidade da empresa. Segundo Castelo Branco, Duda enviará uma
carta à comissão para "fazer uma
advertência e um alerta" sobre o
erro na leitura dos dados que
constam dos extratos.
"Estão considerando dinheiro
como valores em espécie, cheques
do mesmo banco, cheques do
BankBoston. Só pode ter ocorrido
erro na leitura de quem examinou
os extratos", disse Castelo Branco.
O advogado explicou que um
depósito de R$ 255 mil numa conta de Zilmar, no dia 20 de dezembro de 2002, foi o pagamento de
dividendos por sua participação
societária na empresa, também
feito por meio de um cheque.
Segundo o advogado, "99,99%"
das operações apontadas como
depósitos em espécie se encaixariam nesse suposto "equívoco" de
leitura. Castelo Branco também
disse haver operações internacionais "insignificantes" entre contas
da empresa no Brasil e outras
contas no exterior. Essas operações, segundo ele, tratam de pagamentos feitos por Duda para habilitar a empresa a participar de
concursos internacionais de propaganda. "Todos esses valores estão contabilizados e foram informados à Receita Federal", disse.
O BankBoston identifica em
seus extratos como depósitos "em
dinheiro" cheques compensados
numa conta aberta em agências
da instituição em que o emissor
do cheque mantém uma conta.
Como o banco já sabe que há saldo na conta do emissor, ele registra automaticamente como se fosse entrada "em dinheiro" na segunda conta.
Segundo a Folha apurou, a análise contestada por Duda foi feita
por uma das três empresas de auditoria externa contratadas pelo
comando da comissão. A CPI não
fala oficialmente sobre o caso.
Os documentos relacionados à
movimentação da empresa estão
incompletos. A CPI não sabe a
origem nem o destino de cerca de
R$ 481 milhões. O BankBoston
disse que enviou em 10 de janeiro
novos dados para o Banco Central, que deverá repassá-los à CPI.
Mas os arquivos atualizados não
haviam chegado à área técnica da
CPI até o início da noite de ontem.
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