São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O MARQUETEIRO

Duda vê erro em análise de suas movimentações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O publicitário Duda Mendonça informou ontem, por meio de seu advogado, Tales Castelo Branco, que houve um "equívoco" de técnicos da CPI dos Correios na leitura de extratos das contas de sua empresa de publicidade.
Segundo reportagem de ontem do jornal "O Estado de S.Paulo", as contas da empresa de Duda registraram depósitos de R$ 2,2 milhões em espécie de 2000 a 2005. O advogado Castelo Branco diz que as operações apresentadas nos extratos como "depósito em dinheiro" seriam compensações de cheques emitidos pela empresa.
O advogado disse que falou ontem pela manhã com Duda, com sua sócia, Zilmar Fernandes, e com os responsáveis pela contabilidade da empresa. Segundo Castelo Branco, Duda enviará uma carta à comissão para "fazer uma advertência e um alerta" sobre o erro na leitura dos dados que constam dos extratos.
"Estão considerando dinheiro como valores em espécie, cheques do mesmo banco, cheques do BankBoston. Só pode ter ocorrido erro na leitura de quem examinou os extratos", disse Castelo Branco.
O advogado explicou que um depósito de R$ 255 mil numa conta de Zilmar, no dia 20 de dezembro de 2002, foi o pagamento de dividendos por sua participação societária na empresa, também feito por meio de um cheque.
Segundo o advogado, "99,99%" das operações apontadas como depósitos em espécie se encaixariam nesse suposto "equívoco" de leitura. Castelo Branco também disse haver operações internacionais "insignificantes" entre contas da empresa no Brasil e outras contas no exterior. Essas operações, segundo ele, tratam de pagamentos feitos por Duda para habilitar a empresa a participar de concursos internacionais de propaganda. "Todos esses valores estão contabilizados e foram informados à Receita Federal", disse.
O BankBoston identifica em seus extratos como depósitos "em dinheiro" cheques compensados numa conta aberta em agências da instituição em que o emissor do cheque mantém uma conta. Como o banco já sabe que há saldo na conta do emissor, ele registra automaticamente como se fosse entrada "em dinheiro" na segunda conta.
Segundo a Folha apurou, a análise contestada por Duda foi feita por uma das três empresas de auditoria externa contratadas pelo comando da comissão. A CPI não fala oficialmente sobre o caso.
Os documentos relacionados à movimentação da empresa estão incompletos. A CPI não sabe a origem nem o destino de cerca de R$ 481 milhões. O BankBoston disse que enviou em 10 de janeiro novos dados para o Banco Central, que deverá repassá-los à CPI. Mas os arquivos atualizados não haviam chegado à área técnica da CPI até o início da noite de ontem.


Texto Anterior: CPI analisa texto sobre investigação no PT em 1997
Próximo Texto: Janio de Freitas: No centro do jogo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.