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Doação garantia empréstimos, diz vice do Rural
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-presidente do Banco Rural, José Roberto Salgado, disse
ontem à CPI dos Correios que
uma anotação feita pelo ex-presidente da instituição José Augusto
Dumont indica que o empréstimo
de R$ 3,3 milhões concedido ao
PT em 2003 levou em conta, como
garantia de pagamento, as contribuições de filiados do partido que
exercem cargos públicos, que são
descontadas dos sálarios.
A CPI investiga se o Rural e o
BMG, que emprestaram R$ 5,7
milhões ao PT e R$ 55 milhões ao
publicitário Marcos Valério -repassados ao partido-, foram beneficiados pelo governo. Salgado
diz que, em 2003, a agência de São
Paulo enviou o contrato ao departamento jurídico do banco.
No documento haveria uma
anotação escrita a mão pelo dono
do Rural na época. "Trata-se de
cédula de crédito mútuo e será
aprovada com garantia de doação
partidária", diria a observação de
Dumont, morto em 2004. A garantia não foi incluída oficialmente no contrato. "Não sei por que
isso não ocorreu", afirmou o vice-presidente da instituição.
Foram avalistas da operação o
ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e Valério. "Depreendo que seriam dadas como garantias adicionais contribuições dos filiados
do partido", disse Salgado. "Era
natural prever que essas doações
aumentassem", afirmou. "Bancos
não fazem operações baseadas
em expectativas", disse o relator
da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
(FERNANDA KRAKOVICS)
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