São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

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Doação garantia empréstimos, diz vice do Rural

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente do Banco Rural, José Roberto Salgado, disse ontem à CPI dos Correios que uma anotação feita pelo ex-presidente da instituição José Augusto Dumont indica que o empréstimo de R$ 3,3 milhões concedido ao PT em 2003 levou em conta, como garantia de pagamento, as contribuições de filiados do partido que exercem cargos públicos, que são descontadas dos sálarios.
A CPI investiga se o Rural e o BMG, que emprestaram R$ 5,7 milhões ao PT e R$ 55 milhões ao publicitário Marcos Valério -repassados ao partido-, foram beneficiados pelo governo. Salgado diz que, em 2003, a agência de São Paulo enviou o contrato ao departamento jurídico do banco.
No documento haveria uma anotação escrita a mão pelo dono do Rural na época. "Trata-se de cédula de crédito mútuo e será aprovada com garantia de doação partidária", diria a observação de Dumont, morto em 2004. A garantia não foi incluída oficialmente no contrato. "Não sei por que isso não ocorreu", afirmou o vice-presidente da instituição.
Foram avalistas da operação o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e Valério. "Depreendo que seriam dadas como garantias adicionais contribuições dos filiados do partido", disse Salgado. "Era natural prever que essas doações aumentassem", afirmou. "Bancos não fazem operações baseadas em expectativas", disse o relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR). (FERNANDA KRAKOVICS)


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